domingo, 23 de outubro de 2016

QUAL O MEU PROGRAMA?



Uma simples achega

Diariamente, desde o levantar ao deitar, andamos confrontados com as muitas solicitações que nos chegam, provenientes das mais diversas fontes. É a família, são os vizinhos, é o gato e o cão (quem primeiro nos solicita é um gato a miar porque são horas de lhe abrir a porta para ir à rua!), são os arranjos da casa, são as compras a fazer e tudo nos leva o nosso tempo.
Começa logo por aqui uma reflexão importante: ou nós assumimos como programa pessoal estas “perdas de tempo”, ou estamos tramados… Andamos sempre enjoados… Às vezes, acontece sair no sábado de manhã para ler o jornal. Mas no caminho, dentro do carro, diz a mulher: «temos de comprar umas coisas, carne, peixe, porque já não há nada especial na arca frigorífica…». Que hei-de fazer eu? Assumir o programa mais necessário em troca do programa mais gostoso…
As ondas nunca param, de dia e de noite...
Bem, este programa é próprio de quem tem uma família. Outros vivem sós e são mais independentes, mas eu não trocava as situações! Assim, como ente familiar, estou a fruir de uma felicidade mais circular por envolver um bom número de pessoas, pais, filhos, etc.. A felicidade, quando é demasiado individual, pode confundir-se com egocentrismo.
Mas, para além deste programa familiar, temos depois os gostos, os interesses e as ocupações mais pessoais e para elas vamos por certo encontrar tempo. Volto ao caso dos aposentados, que diariamente têm de distribuir as horas de acordo com decisões individuais, pois o patrão e a empresa já deixaram de implicar com o seu tempo. E é aí que começamos a ver o desperdício da vida, com pessoas que nada fazem para além de se ocuparem com o jornal e a televisão. Fico admirado, cá dentro de mim, com a situação trágica das pessoas sem objectivos, sem ilusões. “Trágica” digo eu, que respeito estas pessoas e nem sequer sei onde vão encontrar as suas razões de viver. Mas insisto: tanto que se pode fazer a melhorar as nossas competências e a apoiar o bem-estar dos outros e nada…
Mas vamos para outras áreas do nosso dia-a-dia, aquelas onde se começa a distinguir a pessoa consciente, bem orientada, compreensiva, voluntariosa e os casos dos que nunca mais se resolvem a avançar com o seu plano de vida, com opções mais profundas. Querem ver exemplos de vivências que devem fazer parte do nosso programa?
- Que esforço faço para ser simpático?
- Estamos decididos a corrigir os nossos defeitos ou a protelar a mudança?
Podes celebrar quando se consegue!
- Acredito a sério que sou capaz, assumindo o que sou, ou nunca mais me apresento, sem peias, com a minha personalidade diante dos outros? É um salto em frente muito grande.
- Aceito que a minha vida depende de mim, sem incluir os outros nas desculpas?
- Acredito que posso melhorar relacionamentos? Aqui, tenho de dizer que não se trata bem de fé, de acreditar. Aqui, a única palavra que retenho, por experiência pessoal, é querer ou não querer praticar melhor relacionamento. Por birra pessoal, por egoísmo, por soberba, perdemos uma grande amizade para toda a vida, incluindo pessoas da família.
Praticar, praticar, praticar, como fazem os desportistas e todos aqueles que querem melhorar a vida, desde a criança que centenas de vezes cai e se levanta.
Um dia direi mais. Boa noite…

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