segunda-feira, 27 de julho de 2020

Convento de N.ª Sr.ª do Bom Sucesso - Belém


Continuando a nossa visita a Belém, hoje falo do Convento de N.ª Sr.ª do Bom Sucesso que em boa hora visitámos. Situa-se na continuação para poente da rua que passa pelo mosteiro dos Jerónimos. Não é fácil esta visita, a não ser na hora da reza do terço. Mas para nós a Diretora do Colégio abriu-nos as portas e acompanhou-nos (sim, agora a Igreja está ligada a um colégio feminino no espaço que antes era convento das freiras dominicanas irlandesas, que conseguiram ser acolhidas em Portugal no tempo das guerras religiosas entre católicos e protestantes).
E que maravilha de Igreja! O retábulo do altar-mor é de uma riqueza visual extrema, com um baldaquino profundo sustentado por oito colunas de jaspe e ainda atapetado nas paredes com mármores de várias cores que dão ao conjunto um ar barroco evidente. Ao centro, ainda vemos um grande relicário de prata, encimado por uma coroa real. Noto também a profusão de imagens de santos e a pintura no fundo.
Para além da capela-mor, admirámos todo o conjunto em formato octogonal, com uma cúpula rosada e ainda ricos altares laterais (6) com bela talha dourada, mais imagens de santos dominicanos e ainda as pinturas do séc. XVIII.  As fotos ajudam a imaginar o que nós lá sentimos.
Visitámos ainda o antigo convento das freiras irlandesas de clausura, que daqui saíram em 1955, o claustro e o coro, onde elas rezavam e olhavam para a capela-mor, por detrás das grades. Olhem, verifiquei que elas eram muito baixas, dada a pouca altura dos cadeirais em que se sentavam!
Muitas histórias ouvimos destas freirinhas ciosas dos seus bens e dos seus valores. E também muito sofreram com a expulsão das ordens religiosas no regime liberal e com o advento da República. Quem ganhou foram as meninas que lá foram educadas quando o convento se converteu obrigatoriamente em centro educativo.
Para além das fotos, podem ver o vídeo da RTP, com a orientação sempre profissional da Paula Moura Pinheiro, assessorada aqui pelo Dr. Miguel Soromenho.


domingo, 12 de julho de 2020

Acho que vale a pena

A passar uns dias no Cadaval, tivemos a oportunidade de, sem grande esforço e dispêndio, visitar ali ao lado a Quinta dos Loridos, denominada Buda Éden, na freguesia do Carvalhal.

E digo que vale a pena, mesmo para aqueles que dizem "já visitei, é muito bonito!", pois as novidades destes dois ou três últimos anos são tantas que até as zonas clássicas, onde aparecem aqueles budas gigantes, reduzem a sua importância frente às novas zonas, com aquela riqueza de vegetação (os labirintos de bambú...), as centenas de esculturas - aquela grandiosidade e variedade da ambiência africana! - a importância da água, tudo nos convida à contemplação, à fruição lenta do espaço e ao repouso, porque não uma leitura sentados nos muitos assentos que existem... E até a facilidade em degustar um gelado ou beber uma garrafa de água!
As esculturas do espaço africano impressionam, quer nas figuras animais quer nas figuras humanas. Arte ali à nossa mão. Um ingresso por cinco euros não é nada para tanta beleza. 
Depois, ainda fomos na altura dos agapantos floridos, já na fase de murchar, que nos envolvem de cor e nos convidam ao agradecimento.
Não conseguimos ver tudo naquelas horas que por ali deambulámos. Até nos apetece voltar rapidamente. À saida, do lado direito, na inclinação do terreno, há uma plêiade de quadros sobre a história do vinho que nem pudemos mirar. Só vistos ao longe...
E à saída, ainda vimos ao longe o Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal, tão famoso nesta zona (é a última foto do vídeo). 
Valeu a pena, digo mais uma vez.
António Henriques