tag:blogger.com,1999:blog-88676501950803654232024-02-19T16:45:25.617+00:00VIVERConsiderações gerais sobre a vida.António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.comBlogger108125tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-75042487445228870242023-10-03T16:22:00.003+01:002023-10-03T16:28:06.390+01:00Aos 50 anos do P. Escarameia<p><span style="font-family: helvetica;"><b><i><span style="font-size: 12pt;">Em Vila Velha de Ródão </span><span style="font-size: 12pt;">- o que eu queria dizer</span></i></b></span></p><p><span style="font-family: helvetica;"><b><i></i></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><b><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6MKcpAH-v7SaK_nOKxc5eJgAcH90M46xESjK7nW1Sv9XZMMlPLBXTh63ISETlEAaqJ4duF7n9Vb2Q1WIiSe_Q_n7sxPk8Htw0bFTEUIGp99vv4OagR0r9jMBtt340AkSJ_ScH23d10zMTNjkleDQ7BX2L1LAdaH1_IyZ-fmYKPGPq2jZUg_Hu2skCnl8/s4000/IMG_20231001_182759.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6MKcpAH-v7SaK_nOKxc5eJgAcH90M46xESjK7nW1Sv9XZMMlPLBXTh63ISETlEAaqJ4duF7n9Vb2Q1WIiSe_Q_n7sxPk8Htw0bFTEUIGp99vv4OagR0r9jMBtt340AkSJ_ScH23d10zMTNjkleDQ7BX2L1LAdaH1_IyZ-fmYKPGPq2jZUg_Hu2skCnl8/w428-h207/IMG_20231001_182759.jpg" width="428" /></a></i></b></span></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">Na longa,
mas não fastidiosa, homenagem ao P. António Escarameia nos seus 50 anos ao serviço
daquela paróquia, desde que soube do evento prometi a mim próprio que estaria
presente.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Razões são
várias, a começar pela ligação pessoal que me prende àquela terra, onde fiz a
segunda classe e onde o prof. Benjamim insistia com o meu pai para eu continuar
a estudar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Mas sobretudo
está em jogo a vivência de muitos anos no Seminário com o homenageado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Em poucas
palavras, se eu falasse publicamente, começava por elogiar a Câmara Municipal
por este gesto nobre de agradecer o trabalho de um cidadão que gastou já 50
anos da sua vida a animar a vida cristã de muita gente, num serviço humilde e
ignorado junto de todos nas horas felizes e nas horas tristes. Além disso,
dedicou-se abertamente a muitas iniciativas que muito desenvolveram a
comunidade, desde a escola aos grupos culturais de teatro e música e ainda à direção de instituições sociais – Bombeiros e Misericórdia, se não estou em
erro… E, para admiração dos mais céticos, até andou à frente de muitos em
Informática, inclusive na arte da programação e em “sites e blogues”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiheGjPD7RxSmt3_bc3SUScRuLG91yAMocZ-bFX6XtGmvo-fV65Ua-4NpKgVAx3iJXhia7pukdEC8AgzIsJr6XhZiddGY9B8U68mcJtDtuSIzujNEAS9m8zZsj_pMEg2CA-6z_v4CMek474YWoO9gVMg7icDUQkgi_g-7B25MoHdYNL-8XoWlfBvIOhtIQ/s4000/IMG_20231001_143228.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="4000" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiheGjPD7RxSmt3_bc3SUScRuLG91yAMocZ-bFX6XtGmvo-fV65Ua-4NpKgVAx3iJXhia7pukdEC8AgzIsJr6XhZiddGY9B8U68mcJtDtuSIzujNEAS9m8zZsj_pMEg2CA-6z_v4CMek474YWoO9gVMg7icDUQkgi_g-7B25MoHdYNL-8XoWlfBvIOhtIQ/s320/IMG_20231001_143228.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica;"><br />O segundo
elogio ia para o homenageado. Se aqueles muitos presentes na homenagem, linda
na expressão dos rostos que acorreram ao Centro de Artes, conhecem bem o P. Escarameia dos
últimos 50 anos, eu conheço outro Escarameia, dos tempos da juventude. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">E na sua
juventude, eu convivi com este aluno cheio de curiosidade, com tendência para
saber mais profundamente, como foi a sua relação com o órgão, que sozinho
aprendeu no seu 5.º ano e depressa passou a ser o organista-mor do seminário! Em
Portalegre, no Seminário Maior, enquanto outros corriam para os campos a fazer
desporto, o Escarameia corria para o órgão e deleitava-se no perfeccionismo das
suas execuções musicais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Humilde e
colaborador, sem querer dar nas vistas, não se furtava ao trabalho naquelas
atividades extra com que preenchíamos as horas, levados por alguns professores
mais entusiastas. Estávamos nos finais dos anos 50 e tinha chegado de Roma o Sr.
Dr. Marcelino (mais tarde bispo de Aveiro). A ideia maior era aproximar-nos das
pessoas a quem mais tarde iríamos servir como padres. Criaram-se clubes de
arte, literatura, cinema…. Alimentávamos uma Página Cultural mensal no jornal
de Castelo de Vide e dentro de portas também se preparavam sessões, em que os
oradores eram os próprios alunos. Com tantas mudanças, o P. Escarameia chega a
dizer: «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">vivi o velho e o novo testamento
dos seminários».</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Bem me
lembro de uma vez se terem distribuído temas para alguém preparar. Eu aceitei
um sobre naturalismo e o Escarameia, um pouco forçado, viu-se com três temas em
mão. Eu próprio lhe disse que era demais!<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Passadas umas semanas, o P. Milheiro começa a querer saber como estavam as
coisas. Todos iam falando e o Escarameia…calado! O P. Milheiro, sempre
atarefado, ainda pergunta: - então, Escarameia, como vai o teu trabalho?
Resposta rápida: - está quase, Sr. Padre. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Fui ter com
ele no fim, admirado com a resposta. E diz-me ele: - ora, está quase a começar!
Isto não era mentir, era uma simples reserva mental! Mas os trabalhos um dia
apareceram, como era nosso timbre.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Com a
pandemia, o Escarameia, fechado em casa, achou que era tempo de escrever as
suas crónicas sobre o nosso passado nos seminários. Com uma memória muito fiel,
atira para o papel mais de 50 deliciosos acontecimentos em textos tão bem
escritos que nos fazem lembrar “A cidade e as serras” do Eça. Escreve,
organiza, imprime e encaderna a obra com mais de 100 páginas, que depois
oferece aos amigos. Que grande escritor, que grande tipógrafo, que grande
artista!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">E é desta obra,
que nós lemos com muito agrado por serem episódios pitorescos dos nossos tempos
de “meninos e jovens”, que eu confirmo o seguinte:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: helvetica;"></span></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJg52CjTpXH5NrRsEp7ZYtedmtpwBKZM6CjtfFDULau3_M1pEnRjduNNa0scb3TfXbkiW3JdA9kfpe1NtwsypWsI93VLZYA3W57K4rGwow2Z9SwyRQIegc_JSIoCavOi-WvBdBIWO-Pc0wxMHW6nOaXhswxVN-rKJVbmhCrSDLkQrfmbgznF8z8S2ieUE/s2048/IMG-20231003-WA0000.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJg52CjTpXH5NrRsEp7ZYtedmtpwBKZM6CjtfFDULau3_M1pEnRjduNNa0scb3TfXbkiW3JdA9kfpe1NtwsypWsI93VLZYA3W57K4rGwow2Z9SwyRQIegc_JSIoCavOi-WvBdBIWO-Pc0wxMHW6nOaXhswxVN-rKJVbmhCrSDLkQrfmbgznF8z8S2ieUE/s320/IMG-20231003-WA0000.jpg" width="320" /></a></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">- o P.
Escarameia vive enamorado com a vida, feliz por ter sido escolhido por Deus
para padre!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">- com
humildade, sabe reconhecer que também erra e pede desculpa;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">- muito
observador, tanto aprendeu como o ti Manel tratava as sardinhas do
pequeno-almoço, que «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">saiam fritas e
assadas ao mesmo tempo</i>», como não cala as injustiças que presenciou na
educação dos seminários e sabe ser crítico; mas gosta muito da amizade entre
nós: «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">a alegria da nossa juventude e da
nossa amizade entre colegas mitigava os nossos medos e receios</i>».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">- pensa
criticamente as práticas da Igreja e reconhece que muito há que fazer,
especialmente no que toca à mulher que na Igreja «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ainda hoje não serve para algumas coisas</i>»… Ou ainda quando, em
idade avançada, os padres vivem «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">abandonados…
sem sabermos onde vamos reclinar a cabeça na velhice…</i>». Ai, António
Escarameia, não estás longe do que todos nós estamos a sentir também quanto à
falta de estruturas de acolhimento dos idosos!</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;">Olha, com a
tua boa vontade e alegria, ainda estás aí capaz de também alegrar muitos e
seres feliz a fazer os outros felizes. Gostei tanto do teu dia 1 de Outubro de
2023!.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: helvetica;">António Henriques</span><o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIm_lQzscBjPcW7BbiytIwfnd0nW8ZN07el9aneWyXyHT-n3B0D4gI2Icf-Tgb1SENpaNG5jQ7_Wgo6huvTEj7Fe9i2x3dMRYayp49OtWrvOkE1JGzKqaylhvFBpYUsSduW69QbV4dedscXjUOEuDP8ioUr-gNVKqYwOkvetEvX2pIJs460sCliFjPaUY/s3436/IMG_20231001_143023.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="3436" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIm_lQzscBjPcW7BbiytIwfnd0nW8ZN07el9aneWyXyHT-n3B0D4gI2Icf-Tgb1SENpaNG5jQ7_Wgo6huvTEj7Fe9i2x3dMRYayp49OtWrvOkE1JGzKqaylhvFBpYUsSduW69QbV4dedscXjUOEuDP8ioUr-gNVKqYwOkvetEvX2pIJs460sCliFjPaUY/w607-h343/IMG_20231001_143023.jpg" width="607" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="3507" height="328" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN1UsXYCukd831zf0dmq1d4mmOsteBWQNQvhrmO6t33P_ccrMlWYQS-YeLcuTpmwojEKDqdrarHFpPo_gs5ZBzc3VlPD9Fnmoh5BnIyWiFcYDF2AN_U6IYgtybZjmtND1IOzKt46Cexwsj1kplljUval67IQxgE39H3HzeYaO2arVY7o_p10QHlFoPeng/w595-h328/IMG_20231001_221638.jpg" width="595" /></div></b></blockquote><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN1UsXYCukd831zf0dmq1d4mmOsteBWQNQvhrmO6t33P_ccrMlWYQS-YeLcuTpmwojEKDqdrarHFpPo_gs5ZBzc3VlPD9Fnmoh5BnIyWiFcYDF2AN_U6IYgtybZjmtND1IOzKt46Cexwsj1kplljUval67IQxgE39H3HzeYaO2arVY7o_p10QHlFoPeng/s3507/IMG_20231001_221638.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN1UsXYCukd831zf0dmq1d4mmOsteBWQNQvhrmO6t33P_ccrMlWYQS-YeLcuTpmwojEKDqdrarHFpPo_gs5ZBzc3VlPD9Fnmoh5BnIyWiFcYDF2AN_U6IYgtybZjmtND1IOzKt46Cexwsj1kplljUval67IQxgE39H3HzeYaO2arVY7o_p10QHlFoPeng/s3507/IMG_20231001_221638.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6ZBQ32bk5j-HyTEUqZb57SUO3mq05PAq-6VpmCVCS4qq4Hz9AVjzwNVagpkUeYWVZ2W7Qcoz6WONU6klINjk-2YakjDYs1cejkUQmHgZyG6OB1QHUDRDNiHKfm4S5SDMzD2FdRNvXwUk5p3-Ne5yiMFSoSu4vMrs7M4NN4nf-J411M3X5TQGc-mGq5Tc/s4000/IMG_20231001_182759.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6ZBQ32bk5j-HyTEUqZb57SUO3mq05PAq-6VpmCVCS4qq4Hz9AVjzwNVagpkUeYWVZ2W7Qcoz6WONU6klINjk-2YakjDYs1cejkUQmHgZyG6OB1QHUDRDNiHKfm4S5SDMzD2FdRNvXwUk5p3-Ne5yiMFSoSu4vMrs7M4NN4nf-J411M3X5TQGc-mGq5Tc/w603-h292/IMG_20231001_182759.jpg" width="603" /></a></div></div></div><br /></b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0B6_kq9lBVpNLNCvgLATu9qUWXJ3fw1BLCX_y0GuUahHrgF0WB9B839Mw4I-0Jhj_QAvBM9VQ5y124TR4oxdXiODy-Or23LxZbF2vViKAWtP0CHLwOrmTP_y9hypxpdpiBVUhPM2GEAg3Uq6NPpJp5rTY9TNvGfrDjiCulywEGRBH49nbhCXlxpY8H9U/s1968/Escarameia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1100" data-original-width="1968" height="337" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0B6_kq9lBVpNLNCvgLATu9qUWXJ3fw1BLCX_y0GuUahHrgF0WB9B839Mw4I-0Jhj_QAvBM9VQ5y124TR4oxdXiODy-Or23LxZbF2vViKAWtP0CHLwOrmTP_y9hypxpdpiBVUhPM2GEAg3Uq6NPpJp5rTY9TNvGfrDjiCulywEGRBH49nbhCXlxpY8H9U/w600-h337/Escarameia.jpg" width="600" /></a></div><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-201870981205843432023-09-26T22:46:00.000+01:002023-09-26T22:46:37.921+01:00O trono e o altar - Um livro testemunho<p><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;">Estou a escrever este texto a pensar
no amigo que nos deixou há poucos meses sem se despedir e a quem estavam
ligados laços de muita estima e elevada consideração. A morte é assim:
repentinamente, vão-se as tarefas e adeus a tudo e a todos, sem contemplação…</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">É no velório do meu amigo, José Tomaz
Ferreira, que tenho conhecimento do seu livro, um testemunho escrito, publicado
no ano anterior, onde ele mergulha no ambiente histórico que entreteceu e
condicionou toda a sua existência com a consciência aguda e a solidez do querer
que o identificavam. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Intitula-se o livro
“O TRONO E O ALTAR – EM TEMPOS DO ESTADO NOVO”, da Edit. VERITAS, Guarda, numa
edição de 300 ex. e 182 páginas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Foi de rompante que li esta pérola e
foi para degustar melhor o seu conteúdo que o voltei a ler. Para quem viveu ou
se interessa pelos ambientes eclesiásticos entre os anos 60 e 74, encontrará
aqui uma história pitoresca nos seus eventos e deliciosa nos meandros que tecem
as relações entre Igreja e o Estado Novo, cada um a defender a sua verdade,
muitas vezes toldada de conveniência e conluio, contra o espírito de Evangelho
(“A verdade vos libertará!”).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">O autor começa por descrever em
poucas páginas a história das relações entre o Estado e a Igreja, desde o roubo
descarado de todo o património e expulsão das ordens religiosas por Joaquim
António de Aguiar, o Mata-frades, no séc. XIX até à Lei da Separação,
apressadamente decretada pela República, de que resulta uma declarada
subordinação do clero ao Estado. É neste estado das coisas que a chegada de
Salazar, após a Ditadura e a Constituição de 1933, serena os espíritos
cristãos, que veem nele o arauto de novos tempos. A amizade de Salazar e do
Cardeal Cerejeira nos 11 anos de convivência em Coimbra em defesa dos
princípios cristãos (Salazar, antigo seminarista de Viseu e católico
praticante!) faziam adivinhar novos tempos…</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDLFODOUUgkZfbOlvxHQLU81ogzhiK0LOgVN161nsg51iAwdvxZrJdwGX1pjQnsK8zQur1BuAZd8KEnay1z0dWDSjZniY0FsqcDZS-ujVdE9bPUTfMdjrgkmbpoLMgwQsU-PjNi7ZSPOT2QzFoqWtOl9YOY4zmQo92XdIJQJgBxJqx4BH1H2e8BmY3Ijs/s340/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-09-26%20221252.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="340" data-original-width="246" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDLFODOUUgkZfbOlvxHQLU81ogzhiK0LOgVN161nsg51iAwdvxZrJdwGX1pjQnsK8zQur1BuAZd8KEnay1z0dWDSjZniY0FsqcDZS-ujVdE9bPUTfMdjrgkmbpoLMgwQsU-PjNi7ZSPOT2QzFoqWtOl9YOY4zmQo92XdIJQJgBxJqx4BH1H2e8BmY3Ijs/s320/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-09-26%20221252.jpg" width="232" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica;"><br /><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Neste aconchego, ainda por cima com a
assinatura de uma Concordata com a Santa Sé, a Igreja passou a conviver com a
situação política, assumindo como uma bênção a proteção do Estado Novo. A
hierarquia católica abençoava o regime, mas ia esquecendo os seus podres –
regime de partido único, controlador das consciências através da censura e da
Pide e com uma rede imensa e escondida de informadores-delatores sem qualquer
direito ao contraditório. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">É nesta malha obscura que o José
Tomaz se vê enredado sem sequer se dar conta. Estas são as manápulas do poder –
o TRONO do título – que insidiosamente vai controlando os seus movimentos.
Quanto à hierarquia religiosa daquele tempo, os respeitáveis bispos não estavam
habituados ao diálogo e muito menos a contrariar as tendências políticas – era
o ALTAR submisso, com exceções raras como o caso do bispo do Porto. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Depois de ter estudado em Roma, em
1961 o novo padre é convocado pelo bispo da Guarda para o seminário com mais
dois colegas para a função de prefeitos, isto é, responsáveis diretos dos
alunos na condução da vida diária da comunidade. Logo aqui, começam as
incongruências: o bispo não permite que o jovem padre vá a Roma fazer exame à
última cadeira para completar o curso. E o jovem padre obedece, pois é esta a
sua postura pessoal.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Durante cinco anos, esta equipa
disciplinar usa a sua juventude e saber para criar no seminário um ambiente de
boas relações, educando os jovens seminaristas nos valores humanos e cristãos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Contra o ritualismo (em que bastava obedecer),
eles incitam os alunos no espírito de iniciativa, na relação de confiança (pela
proximidade), no saber justificar as ações, não dando ordens sem as justificar,
no respeito pelo outro, o que origina uma mentalidade nova.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Parece que esta postura desagradava a
alguém, especialmente àqueles que não toleravam críticas ao estado das coisas
na diocese e no país. Aos ouvidos do Bispo e dos colegas mais velhos esta
atitude apodava-os de “desorientados”. Mas o pior era o que chegava às centrais
de informação política através dos informadores anónimos e contra estes
delatores ninguém se podia defender. E eles existiam até “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">à mesa das refeições no Seminário</i>” (pág. 54).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Na diocese da Guarda, o P. José Tomaz
era muito considerado e com facilidade era cooptado pelos seus colegas para o
representarem no Conselho Presbiteral. E nunca ninguém se aproximou dele a
pedir explicações ou a fazer críticas: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">entre
o Prelado e a minha pessoa … um silêncio apocalíptico</i>”! p. 81)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">No seu dia-a-dia, a equipa sacerdotal
ia fazendo o seu serviço e o número de seminaristas que chegavam às ordens
sacras não destoava dos anos anteriores: nos cinco anos anteriores a 1961, ordenaram-se
na Guarda 37 padres. Entre 1961 e 1966, com estes suspeitos formadores,
ordenaram-se 32 e mais 3 que foram para ordens religiosas… <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Em 1966, o Bispo renova por completo
a equipa de formadores, voltando à educação tradicionalista, em que até a correspondência
era censurada. E durante 11 anos a diocese da Guarda não viu mais nenhum novo
sacerdote. O que leva o meu amigo a friamente dizer que o bispo inverteu a
parábola dos talentos: «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">premiou os
estéreis e pôs a ferros os que conseguiam produzir!</i>». (pág.72)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: helvetica;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Conclusão:</span></b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> o
José Tomaz e colegas criaram no seminário uma “célula comunista”, que afinal
dera frutos só após eles terem saído (!!!), pois “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">não fomentava a piedade, a obediência, o amor ao sacerdócio</i>” (pág.
73-74). E num relatório da Pide de 1968, a chave da “expulsão” deles do
seminário era: «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">incutiam no espírito dos
Seminaristas ideias políticas contrárias ao actual regime</i>» (pág. 86). O
TRONO insidiosamente sempre se imiscuia nas coisas do ALTAR…<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">As ideias novas do Vaticano II iam
moldando as mentalidades. Até o Bispo da Guarda, em 1966, quer o “Movimento por
um Mundo Melhor” na sua diocese. Fazem-se dois cursos e nos dois cursos, a
pedido do prelado, vota-se no sacerdote que vá orientar o Movimento. Como nas
duas votações é eleito o “desorientado” padre José Tomaz, o Bispo não o
nomeia!... <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Mas tudo se encaminha para o
desterrar para Lisboa: «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">em nome da
obediência, coloquei a decisão nas mãos do Bispo, assegurando-lhe que estava
disposto a fazer o que ele mandasse</i>». (p. 89)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Nomeado Assistente Nacional-Adjunto
do Escutismo – C.N.E., desenvolveu a formação religiosa dos seus dirigentes,
mas depressa notou que, mesmo aí, a conivência com as orientações do poder
político era flagrante e a má fama que trazia da Guarda chegou a alguns
dirigentes da Junta Central e até o Arcebispo de Braga, Assistente Nacional,
chega a desqualificá-lo num Encontro Nacional com o epíteto de SACRISTÃO. Mesmo
assim, registo o que ele diz na pág. 92: «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Devo
ao Escutismo os momentos mais gratificantes… foi nele que cimentei amizades que
até hoje se mantêm intactas…</i>» (NOTA muito pessoal: foi o escutismo que
também me aproximou deste grande homem, sempre alegre e íntegro).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">A Pide continua atenta e sente-se a
sua presença nas nomeações para professor nos colégios, de onde ele provia ao
seu sustento. Por razões políticas, não conseguiu sequer o Diploma de Ensino
Particular por “falta de idoneidade moral e cívica” (p. 149). Nos primeiros
anos, a sua aceitação como professor de Moral passava com a frase: «não oferece
garantias de defesa dos superiores interesses do Estado”, mas em 1972/73 “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">a Pide endureceu a sua posição a meu
respeito</i>” (p. 118) e foi vetado para o cargo de Assistente religioso da
Mocidade Portuguesa na Escola Pedro de Santarém. Esta função religiosa dependia
do Patriarca de Lisboa e numa audiência com ele, mais uma vez o meu amigo ficou
a saber que ninguém, nem mesmo o Cardeal ia «exigir que o Estado não
interferisse no governo da Igreja… Tudo era feito <i style="mso-bidi-font-style: normal;">a bem da Nação</i>… Mas sempre com o<i style="mso-bidi-font-style: normal;">
trono</i> a exigir a protecção do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">altar</i>.»
(p. 142)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">Esquecido pelo seu Bispo, impedido de
se sustentar pela Igreja, o José Tomaz virou-se para a vida civil e geriu com
muito talento a revista Lumen e escreveu para jornais.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;">António Henriques </span><o:p></o:p></span></i></b></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-26237989186633137032023-03-12T17:10:00.001+00:002023-03-12T17:12:02.815+00:00Foi há sete anos!<p> <b style="background-color: white; color: #274e13; font-size: 18pt;">AMORA AGRADECIDA</b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12pt;"><span style="color: green; font-size: 18pt; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoSCuFa-2HW-ig9v91He-_hKd_ssCwTBKdGuGSFK0s1kmMxXy10TAeHDeMrr5RPZZWGQADK7Ffy2UhaDSQRuaYee5vwak4LJSsGLgNizYGtcEGGG5AXWA3tFiW397bsaxExNvR1aHxIThPF4IPRdNLrXsR8Y85XIaPTjTLCQD597WEm2kqasKk7Lix/s375/1.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="343" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoSCuFa-2HW-ig9v91He-_hKd_ssCwTBKdGuGSFK0s1kmMxXy10TAeHDeMrr5RPZZWGQADK7Ffy2UhaDSQRuaYee5vwak4LJSsGLgNizYGtcEGGG5AXWA3tFiW397bsaxExNvR1aHxIThPF4IPRdNLrXsR8Y85XIaPTjTLCQD597WEm2kqasKk7Lix/w293-h320/1.jpg" width="293" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 18pt;">Permitam-me que hoje elogie a Igreja na
pessoa do pároco que serviu a nossa paróquia durante 16 anos. Também tenho o
direito de dizer bem, já que outros se arrogam o direito de só dizer mal. AH</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; text-align: left;"> </span><span face="Arial, sans-serif" style="color: blue; font-size: 18pt;">A paróquia de Amora despediu-se hoje do
seu pároco, que aqui serviu nos últimos 16 anos. O P. Pedro Granzotto vai
deixar muitas saudades e também levará muitas, como lhe disse hoje o Sr. Bispo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">Não lidei com ele de perto, mas nas muitas
vezes que nos aproximámos pelas mais variadas razões, ora institucionais ora
pessoais, sempre vi neste sacerdote um homem sereno, dedicado, marcado pela
missão de servir o melhor possível a comunidade religiosa de Amora.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">Na hora da despedida, vem à mente a obra
maravilhosa que nos deixa.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwMlrnKpnPtCCk2qVJ65n-u1qvbtw7vC202TwV6xsuypt_j6F92Iu6CUkpIh6gS5cZwFwIny3mcBPeIpXDS4kyi_EwaytQfPBvvoUIGaw6wEUwG55LKOgbJzJjUJPwjgkhuIJTqwPPFjScAyUx9R2Hgb_zDKZCauHT0C5DwxOP8iluNdRIyPwE31CP/s500/2.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="310" data-original-width="500" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwMlrnKpnPtCCk2qVJ65n-u1qvbtw7vC202TwV6xsuypt_j6F92Iu6CUkpIh6gS5cZwFwIny3mcBPeIpXDS4kyi_EwaytQfPBvvoUIGaw6wEUwG55LKOgbJzJjUJPwjgkhuIJTqwPPFjScAyUx9R2Hgb_zDKZCauHT0C5DwxOP8iluNdRIyPwE31CP/w453-h280/2.jpg" width="453" /></a></span></div><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">Estou a pensar na <b>nova Igreja</b>,
que custou a arrancar durante anos e só com ele se concretizou. Uma obra que
com muita determinação ele foi erguendo, conseguindo cativar para a mesma os
seus paroquianos. Ainda está a ser paga, mas sem ele a obra não se fazia.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">Estou a pensar também na <b>Igreja
viva</b> que com ele se foi desenvolvendo. Curiosamente, é consolador ver
os 800 lugares da Igreja ocupados na missa dominical. Já nem falo da missa de
hoje, em que tudo o que era espaço foi ocupado por muitos bancos de plástico ou
por pessoas em pé. Lembro-me do tempo da sua construção, em que tinha ficado
reservada uma sala ao lado para servir de capela para as missas da semana, mas
que nunca serviu, pois a assistência era bastante para a missa se celebrar na
Igreja Nova.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW90E3Ri4xdl-CRqOLUco9okIsuEyUx0txDlphtJ5O0cWXpjVYUi6kObXfR_I3kYXEBA0tJP2z0xO4W-TrHMQl0YCj6pGCRlNTCXTtvA2jNYaAnL4YvTNQRZGUUpo67pnA5ess3UPV-Fh7Oc0itQVVXntHCYBl7kam7SAa0wvYyo63FlygIbqB_Cgw/s500/4.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="500" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW90E3Ri4xdl-CRqOLUco9okIsuEyUx0txDlphtJ5O0cWXpjVYUi6kObXfR_I3kYXEBA0tJP2z0xO4W-TrHMQl0YCj6pGCRlNTCXTtvA2jNYaAnL4YvTNQRZGUUpo67pnA5ess3UPV-Fh7Oc0itQVVXntHCYBl7kam7SAa0wvYyo63FlygIbqB_Cgw/w400-h240/4.jpg" width="400" /></a><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;"><span style="font-size: 18pt;">Além do espaço da Igreja, o complexo
oferece muitas salas para os vários movimentos e catequese da paróquia, além de
um salão de festas para umas 400 pessoas e com um belo palco, com muitas
funções.</span></span></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">A paróquia de Amora é servida pelos padres
da Congregação Scalabriniana, votada ao apoio dos migrantes. Por isso, a
substituir o P. Pedro Granzotto, tomou hoje posse outro scalabriniano, o P.
Geraldo, permanecendo connosco os outros três sacerdotes da equipa.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">O P. Pedro, há 16 anos, chegou pobre e
agora sai pobre. Deixa toda a riqueza connosco. É um exemplo muito forte de
dedicação, que a nossa Igreja oferece ao mundo, mais um daqueles valores que me
prendem à comunidade cristã. Outro exemplo é o respeito que ele tinha por
todos, nutrindo o gosto de facilitar a vida a todos os grupos e etnias
existentes, que se manifestam com os seus particularismos em ocasiões
especiais.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeqlHqiKznTq3SmDf6h3S0Idz9CWTELCzjSsINROxfcaov7LU0FZmXbDSvFrWkQQV2v7OTyWhDinY9Zedz01jL_kAQLxsgQc5QtgupKb2EwNGM6YJS2s_XrBeAMc-Qd6fD_rM-cyNjsh1LHF9RkRbhyWMP0bQukvA7x5JerQlpiKOfbOygbXD-Pmk1/s500/3.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="321" data-original-width="500" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeqlHqiKznTq3SmDf6h3S0Idz9CWTELCzjSsINROxfcaov7LU0FZmXbDSvFrWkQQV2v7OTyWhDinY9Zedz01jL_kAQLxsgQc5QtgupKb2EwNGM6YJS2s_XrBeAMc-Qd6fD_rM-cyNjsh1LHF9RkRbhyWMP0bQukvA7x5JerQlpiKOfbOygbXD-Pmk1/w400-h256/3.jpg" width="400" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">Ao P. Pedro e ao P. Geraldo, os dois na
foto ao lado, desejo as maiores felicidades. E apelo a que olhem sempre para as
pessoas como dizia o Evangelho de hoje: ricos ou pobres, bons e maus,
merecedores ou culpados, todos cabem na Igreja de Deus.</span><span face=""Arial",sans-serif" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="border: 1pt none windowtext; color: blue; font-size: 18pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; padding: 0cm;">António Henriques</span></i></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: #4472c4; font-size: 14pt; line-height: 107%; mso-themecolor: accent5;">- Texto pulicado no blogue "AnimusSemper" em <o:p></o:p></span></i></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: #4472c4; font-size: 14pt; line-height: 19.9733px; mso-themecolor: accent5;">11/09/2016 </span></i></b></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-23856615842312916452022-12-23T19:47:00.000+00:002022-12-23T19:47:54.030+00:00As palavras deste Natal<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Os dias
correm apressadamente na ânsia de tudo preparar para a grande festa de Natal.
Queiramos ou não, todos somos apanhados na enxurrada das compras, das limpezas,
dos presentes, porque naquele dia queremos todos fazer boa figura, receber bem
as visitas, oferecer-lhes o melhor, não por vaidade, mas sobretudo por íntimos
sonhos de ver todos agradados e irmanados nos valores da família em comunhão.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Para que o
blogue vos apresente alguma novidade, ainda encontrei uns momentos para
escrever sobre as palavras que mais me fizeram pensar nos tempos que correm.
Vamos lá!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Tem sido
tema de conversa a palavra “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">húbris</b>”,
que alguém utilizou num contexto político-social especial, criticando
sentimentos visíveis numa entrevista em que se usam palavras nada lisonjeiras
para adversários políticos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Húbris</b> é daquelas palavras inusuais,
estranhas, que não aparecem na linguagem comum. Eu não a conhecia e o grande
dicionário Lello, de 1980, também não a conhece. Mas, pelos vistos, existe e o
Dicionário online Priberam dá-lhe este significado: “Orgulho excessivo. =
ARROGÂNCIA, INSOLÊNCIA, SOBERBA”. Confesso que estes sentimentos não são
apropriados a um político sensato, mas foi com eles que o crítico apodou o sr.
político. Não sei se se vai realizar o que premonitoriamente a Infopédia
(Dicionário Porto Editora) diz: « … um desafio aos deuses e que acarreta a
ruína de quem assim age».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Em sentido
contrário, surge o antónimo de húbris - <b>"sofrósina"</b>, outra
palavra que foge ao léxico corrente, que também não consta do Lello Universal.
Estas duas palavras são translação direta do grego. Para este antónimo, o
Dicionário Priberam apresenta este significado: “Qualidade do que é prudente,
comedido, moderado ou sensato. = MODERAÇÃO, PRUDÊNCIA, SENSATEZ”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Estas, sim,
são palavras adequadas à quadra natalícia e não só! Todos devíamos ter a
humildade suficiente para dosear a crítica ao nível dos semelhantes, sabendo
que todos têm direito ao nome e à participação pública. É assim que se começa o
caminho para as ditaduras, que são situações com que nos vemos confrontados,
sobretudo ao olharmos para o que a Federação Russa está a fazer à Ucrânia, que
também nos atinge por ricochete.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">E cá vem
agora outra palavra dos nossos dias – a<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">
PAZ</b>! Vou citar o Padre António Vieira, um clássico que vale a pena:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">«Não Há Paz
no Mundo<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: medium;">Enchem a boca de paz, e não há tal paz no
mundo. E senão, quem há tão cego, que não veja o mesmo hoje em toda a parte?
Dizem que há paz nos reinos, e os vassalos não obedecem aos reis: dizem que há
paz nas cidades, e os súbditos não obedecem aos magistrados: dizem que há paz
nas famílias, e os filhos não obedecem aos pais: dizem que há paz nos
particulares, e cada um tem dentro em si mesmo a maior e a pior guerra. Havia
de mandar a razão, e o racional não lhe obedece; porque nele, e sobre ela
domina o apetite. (...) A paz do mundo é guerra que se esconde debaixo da paz.
Chama-se paz e é lisonja: chama-se paz, e é dissimulação: chama-se paz, e é
dependência: chama-se paz, e é mentira, quando não seja traição.»<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Padre
António Vieira, in "Sermões"<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7K8RLBGtxjaPgpfrjIY_icQS3GydDbIvpA3UfDuomP4WAzmSrYVDkkPj0p7zq2vw7-T-ZnHM0WpZ5apLM2ujY-9_js5Lt7KxYJ2yRO6M7QhvOhJKzchCHbOFqGstmKGRFcbvWqNUXktrY0DZHNZDyZ72UDe5avz_EuYRLn1hjNt5iVvJB1VDv5f4m/s1280/Diapositivo1.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7K8RLBGtxjaPgpfrjIY_icQS3GydDbIvpA3UfDuomP4WAzmSrYVDkkPj0p7zq2vw7-T-ZnHM0WpZ5apLM2ujY-9_js5Lt7KxYJ2yRO6M7QhvOhJKzchCHbOFqGstmKGRFcbvWqNUXktrY0DZHNZDyZ72UDe5avz_EuYRLn1hjNt5iVvJB1VDv5f4m/s320/Diapositivo1.JPG" width="320" /></a></span></div><span style="font-size: medium;">Digamos,
para concluir, que não é a ausência de guerra a verdadeira paz. Esta requer a<br />
humildade, a aceitação do outro, a colaboração, o diálogo entre iguais, o
respeito pelos direitos dos outros… E ainda há poucos dias eu ouvia o P. Bento
Domingues sugerir que o melhor para vivermos em paz é cada um perguntar “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o que posso fazer pelos outros</b>?”.<o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A todos os
meus leitores, um Feliz Natal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: medium;">António
Henriques</span><o:p></o:p></i></b></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-8242638882564457402022-10-10T13:31:00.004+01:002022-10-10T13:31:47.477+01:00Uma visita a Atouguia<p style="text-align: justify;"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Passando uns
dias a apanhar sol e iodo na praia da Consolação, é natural que façamos algumas
deslocações pelos arredores, a começar por Peniche, onde sempre nos esperam
bons pratos de peixe. Mas desse promontório vigilante do mar e das ilhas
Berlengas não irei falar.</span></div><span style="font-family: verdana;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCyefzArSUP3LTYnE4F86DTllyGhjBBk-2m_coZCGsZWNd58UAUgcHTOYhgd-_urt6kF9vTcw7BQBLZc3lwsZvwXTyzD4jRsiIXGyU_aEIWa5yPpVSZ1t4cY2iO4frq-VIqbK59H60r_0_MNvTVFtZxjaNnmKx7N_qECvr1E7FyxK3No-skHGT_lQe/s4000/osso.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: right;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="1936" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCyefzArSUP3LTYnE4F86DTllyGhjBBk-2m_coZCGsZWNd58UAUgcHTOYhgd-_urt6kF9vTcw7BQBLZc3lwsZvwXTyzD4jRsiIXGyU_aEIWa5yPpVSZ1t4cY2iO4frq-VIqbK59H60r_0_MNvTVFtZxjaNnmKx7N_qECvr1E7FyxK3No-skHGT_lQe/w155-h320/osso.jpg" width="155" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: xx-small;">Costela de baleia petrificada</span></i></td></tr></tbody></table></span><span style="font-family: verdana;">Hoje
pretendo ir um pouco mais para o interior, poucos quilómetros, para falar de
espaços menos conhecidos e menos falados. Quem conhece Atouguia da Baleia?</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Pois,
Atouguia da Baleia desde tempos remotos cresceu como grande e apetitoso
entreposto comercial, com aquela grande enseada acolhedora de barcos e zona propícia
à agricultura e à pesca. Hoje até parece estar longe do mar com tantos
assoreamentos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Não é a
primeira vez que ali nos deslocamos e ficamos a olhar para aquelas construções
com a riqueza do passado, que nos faz imaginar mundos de gente trabalhadora,
ousada e disposta a vencer as dificuldades que a natureza lhe impunha… E que
dizem os folhetos turísticos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Atouguia, que
também se denomina Touria (lugar onde os touros selvagens tinham já relevo, a
ponto de constarem do brasão!), foi povoação doada por D. Afonso Henriques em
1147 a D. Guilherme de Corni, um cruzado franco que, com os seus homens, ajudou
a conquistar Lisboa aos mouros. E, em vez de avançarem para a Palestina, estes
homens ficam por ali e tornam-se os dinamizadores da vida económica e
espiritual da zona. E o que resta da sua presença?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Hoje, para
além de algumas ruínas do castelo, vemos a Igreja de S. Leonardo (até o nome do
santo nos atira para França! - Leonardo de Noblat (há três santos Leonardo…),
construída no séc. XIII, com três naves, um estilo gótico perfeito, com a
capela do Santíssimo, à esquerda, já com traços renascentistas. A última
restauração é de 1970, sendo visível à direita um pouco de um antigo mural
pintado a fresco. Curioso é vermos à direita da entrada, depois de descermos
uns degraus, um comprido osso de baleia (costela petrificada!?), vestígio de
outros tempos. Foi-nos dito que era com ossos de baleia que se fazia o
travejamento das casas! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Os vários
quadros de pintura nas paredes (séc. XVI?), por aquilo que li, aproximam-se do
estilo do Mestre do Sardoal, sendo alguns atribuídos a Diogo Contreiras. À
esquerda, ainda podemos admirar um presépio do séc. XVIII, da escola de Machado
de Castro, vindo de um antigo convento em S. Bernardino, ali ao lado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrx6A4wamEpoR7SqYUNkCHyioGbjwHGSOO_9bHRBa6ci1DgYa3DsQFfbYXg0A_cNE90stmlXqt5rxvALlMRfF9cZrsL7T4LJub94dQsvu9eh0YLlG_lzcYTeTvf3fQVRxyhJwHw6jJvKzhwWGCYuyERMBOcIQLjiDlH-DYI8ZnEl3sAnt911XLWKSP/s4618/IMG_20220918_123607.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4618" data-original-width="3464" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrx6A4wamEpoR7SqYUNkCHyioGbjwHGSOO_9bHRBa6ci1DgYa3DsQFfbYXg0A_cNE90stmlXqt5rxvALlMRfF9cZrsL7T4LJub94dQsvu9eh0YLlG_lzcYTeTvf3fQVRxyhJwHw6jJvKzhwWGCYuyERMBOcIQLjiDlH-DYI8ZnEl3sAnt911XLWKSP/s320/IMG_20220918_123607.jpg" width="240" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;">Em frente da
Igreja, ainda persiste o pelourinho, um pouco decepado por ordem do Marquês de
Pombal, numa altura em que era senhor da zona o conde de Ataíde, condenado por
também ter sido incriminado no atentado a D. José. Hoje serviu de motivo para
uma foto dos turistas(!!!).<o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Quisemos
visitar o Centro Interpretativo, mas estava em obras. Outra igreja digna de visita é a de N.ª Sr.ª da Conceição, do séc. XVIII, que também aparece no vídeo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Quando
Peniche ainda era uma ilha, já Atouguia era um concelho. Aquela baía imensa,
que vai até à praia e forte da Consolação, era o centro de toda a economia. Os
reis olhavam para a zona com carinho. Só com a reforma administrativa de Passos
Manuel (1836) é que Peniche absorveu este concelho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">E aqui fica
mais um recanto que nos interessou nas nossas divagações turísticas!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b><i>António
Henriques</i></b></span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><b><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="369" src="https://www.youtube.com/embed/w_4K1aHInEY" width="444" youtube-src-id="w_4K1aHInEY"></iframe></b></span></div><span style="font-family: verdana;"><b><br /><i><br /></i></b></span><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b><i><br /></i></b></span></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-85864597955585391072022-09-17T15:55:00.022+01:002022-09-18T14:50:43.807+01:00Do Baleal à Foz do Arelho<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Vamos nós ter com uns amigos à zona do Baleal - Peniche e
nem sequer imaginávamos o mundo que por ali regurgita. É o “Portugal
desconhecido que espera por si”.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zaihiYD96iL33n9T6VaYUNJzRWxPLgLmwasq9HigrfnoR_4lz3MfmaZHy7DNKvlFniqrnOiDrfgG9IhJSCOdeat4R1MVEi5IpzVvxrje2VigSXgz11EeX6QjLGGl2n_xlwZ_gKccT2WVRErrTfwkYiP6lltYqHIrgAGABfEbaxQn5UAQjezrJhcc/s4000/IMG_20220915_193130.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="164" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zaihiYD96iL33n9T6VaYUNJzRWxPLgLmwasq9HigrfnoR_4lz3MfmaZHy7DNKvlFniqrnOiDrfgG9IhJSCOdeat4R1MVEi5IpzVvxrje2VigSXgz11EeX6QjLGGl2n_xlwZ_gKccT2WVRErrTfwkYiP6lltYqHIrgAGABfEbaxQn5UAQjezrJhcc/w338-h164/IMG_20220915_193130.jpg" width="338" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Começando pelas praias, vemos inesperadamente praias viradas
a norte e a sul (onde se viu já isto?!), separadas por um istmo que dá acesso
aos carros para a ilha, outro tesouro que os geógrafos gostam de visitar, como
nós, para olhar para os sofrimentos da mãe-natureza espelhados nas pedras quase
em vertical que nós fotografamos, a imaginar o que o magma revoluciona por
baixo e deixa em respeito a crosta terrestre…. São convulsões, chamemos-lhe assim!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Escolas de surf espalham-se ao longo da estrada, numa urbanização
desgovernada, que sofre as consequências do crescimento repentino, para o qual
não houve tempo de programar regras. Mas tudo decorre em paz, numa convivência
apertada de jovens de origens múltiplas, que apenas querem divertir-se. E as
praias vão satisfazendo todos os gostos, umas mais selvagens que outras.
Curiosamente é nas praias mais “selvagens”, sem apoios turísticos, que mais abundam
os carros de matrícula estrangeira! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A convite de amigos, que escolheram a zona para as escapadas
benéficas que promovem a saúde mental, lá fomos ao Baleal degustar uns peixes
fresquinhos e saborosos, grelhados a preceito. Eu costumo dizer que “venho para
conversar e estar convosco”, mas a verdade é que não posso ignorar o sabor e a
riqueza que é sentar-nos à mesa com amigos e satisfazer o olfato e o paladar, dois
sentidos exigentes que uns apreciam mais que outros, naturalmente…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">E depois, visitas ignorantes, surge na conversa a vontade de
conhecer o mundo à volta. Imaginávamos nós que a seguir ao Baleal e a Ferrel, uma
urbanização mais recente, eram as matas sem fim a dominar a paisagem… Qual quê?
E vieram as surpresas. Vamos explorar naquela tarde as extensões que nos levam
até à margem esquerda da Lagoa de Óbidos, levados por amigos que conhecem a
zona e que por ali se recreiam de bicicleta…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Que maravilha! Urbanizações que nasceram e se expandiram na
natureza virgem, facilitando acessos ao mar e à prática do golfe, hotéis de
5*****, piscinas, condomínios fechados, tantos espaços que as pessoas
frequentam e lá investiram para descansar. Também era ali que o Benfica optava
por fazer os estágios dos jogadores – hotel Marriott, Praia d’El Rei, antes das
ótimas condições que agora desfruta no Seixal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH5NB2SAV4PuMZqxR3WbXnwAwPO8bjLcuuM-a2K7DDXISrjUKVMQfH8z8xo7SZOgMoz2rXVp9QzCCszYsbKHYJWbxF1lTYxaeGnG7wTxUmV6gHe3thnnEmLpXtdgSeDSo6i9OEVpb6UKXE6eVUWaueZFpy1hGKVp-sLHSURJX_G4TYi3Py8ULVRA2z/s4000/IMG_20220915_182250.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH5NB2SAV4PuMZqxR3WbXnwAwPO8bjLcuuM-a2K7DDXISrjUKVMQfH8z8xo7SZOgMoz2rXVp9QzCCszYsbKHYJWbxF1lTYxaeGnG7wTxUmV6gHe3thnnEmLpXtdgSeDSo6i9OEVpb6UKXE6eVUWaueZFpy1hGKVp-sLHSURJX_G4TYi3Py8ULVRA2z/w335-h162/IMG_20220915_182250.jpg" width="335" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br />Continuando a descoberta, alcançámos a margem sul da Lagoa
de Óbidos, pisando a areia, saudados por um arco-íris, enchendo os olhos de luz e de recordações de outras
visitas, feitas em tempos remotos à margem norte, a denominada Foz do Arelho.
Era jovem e um dia vem ter connosco um senhor (seria o nadador-salvador?) a
gritar “vocês são uns heróis” – tínhamos atravessado a corrente que liga a
lagoa ao mar e parece que é muito perigoso por nos arrastar para o oceano!...
Mais tarde, com filhos pequenos, ali passámos um fim de semana nas instalações
do Inatel com outro casal, para grande alegria dos menores e maiores. E ainda
durante a pandemia, tivemos a coragem de partir de Óbidos para a nascente desta
bela lagoa (talvez fosse a nascente do Arelho!!!). A vida também se faz de memórias, especialmente as que nos animam!<o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">E digam lá se não vale a pena deixar a monotonia diária e
arrancar à descoberta…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">No regresso, passámos pelos areais sem fim de Ferrel, campos
agrícolas onde se cultivam legumes sem conta, que dão de comer a muitos, como
também vejo nos campos adjacentes à praia da Consolação. E os nossos
hospedeiros ainda lembraram a histórica tentativa de o governo de então construir
naqueles campos arenosos uma central nuclear. O povo revoltou-se e o projeto
não passou do papel. E desta eu já não me lembrava, sinceramente. Mas tudo
valeu neste dia, com a amizade da Luísa e do Agostinho. Obrigados!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">António Henriques</span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="384" src="https://www.youtube.com/embed/X0WxXGe9tRU" width="462" youtube-src-id="X0WxXGe9tRU"></iframe></div><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-43583461234752479212022-08-11T17:09:00.020+01:002022-08-12T19:13:02.953+01:00Eu estive lá<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">De vez em quando, surge o inesperado
nos nossos dias. E eles enchem-se de uma energia que nos arrasta para momentos
especiais, pegando em nós e levando-nos para longe em busca de um prazer
espiritual inusitado.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Aconteceu há pouco. Por influência
dos filhos, soubemos de duas exposições de arte do amigo Nelson Ferreira, uma
no Museu Nacional de Arte Contemporânea-MNAC- (31/07) e outra no espaço das
Capelas Imperfeitas, mosteiro da Batalha (01/08). E como a história do Nelson se
mistura em parte com a dos nossos filhos, desde os bancos da Escola
Preparatória Paulo da Gama, sentimos que não podíamos ficar em casa e uma mola
nos empurrava. Ia valer a pena…<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Essa mesma mola me obriga a escrever,
pois eu ficaria incomodado se não publicitasse a beleza daqueles dias, a
alegria do encontro com o artista e seus convidados e ainda com a arte que ele
expõe com simplicidade, mas que nós sabemos ser fruto de uma carreira dura,
longa, muito esforçada e já cheia de sucesso, mormente em Inglaterra, onde há
muitos anos ele se radicou em busca de conhecimento e reconhecimento. E, na
verdade, ele é hoje reconhecido pelos melhores meios artísticos, sendo
solicitado por instâncias e universidades de toda a parte a dar aulas e a
apresentar cursos pela internet.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">E que vimos nós nestas duas exposições?<o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Em Lisboa, o artista, convidado para
uma residência artística no MNAC, pegou em três esculturas e executou um
conjunto de aguarelas apenas em azul, em que ele embrulha as estátuas nuas e
frias com filtros nebulosos em várias tonalidades. E ficamos a olhar para
aquelas transparências a imaginar a vida, o mistério, o abraço ao outro…<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Aquela parede ao sol estava aquecida pelos quadros azuis do artista e mais quente ficou com a atuação de Cátia Alhandra, uma voz com tonalidades árabes e mediterrâneas, acompanhada pela viola de outro artista, Tiago Valentim, músico erudito que tem acompanhado outros artistas.</span></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="347" src="https://www.youtube.com/embed/z5kASyWb5Z0" width="417" youtube-src-id="z5kASyWb5Z0"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 17.12px;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><b>No mosteiro da Batalha</b>, uma exposição bem diferente. O artista embrenha-se pela história, vai ter com novas culturas, que ele frequentou à procura de outras técnicas e executa um conjunto de ícones bizantinos que nos deixam suspensos a olhar sem entender tudo. É uma incursão pela antiguidade oriental, o fazer como os artistas faziam, sem instintos individualistas, querendo sobretudo projetar-nos para o mundo do mistério, respeitando o simbolismo das formas, que se repetem, mas que apelam mais à meditação do que à atenção por uma escrita figurativa. O artista quase que esquece a sua individualidade e coloca-se ao lado dos outros artistas, apenas a seguir uma tradição milenar. Para ser perfeito, correu mundo, frequentou mestres e foi fiel ao seu querer iniciar-se em outros ambientes da arte. Mas o nosso olhar fica preso àqueles pequenos quadros, diferentes entre si, mas todos apelativos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 17.12px;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Também aqui a exposição foi abrilhantada pelos mesmos artistas, Cátia Alhandra e Tiago Valentim, com uma música bem espiritual a ecoar nas voltas e arcadas das belas e perfeitas (!!!) Capelas Imperfeitas.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 17.12px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="line-height: 17.12px;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="357" src="https://www.youtube.com/embed/MylaUAUmJZQ" width="429" youtube-src-id="MylaUAUmJZQ"></iframe></span></div><span style="line-height: 17.12px;"><br /><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><br /></span></span><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 17.12px;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">A pandemia empurrou-nos para dentro de casa. Mas agora temos de nos abrir ao exterior para degustar as coisas boas que por aí esperam por nós. E estas incursões culturais foram muito agradáveis.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 17.12px;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Exposições a visitar até 30 de Outubro.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: large;"><i>António Henriques</i></span></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-66199096111736083522022-07-31T16:01:00.000+01:002022-07-31T16:01:27.379+01:00Museu Berardo de Estremoz<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><span><b>Visitando azulejos</b></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Dia de calor, sim! Mas o ar
condicionado do carro também ajuda a esquecer o clima e a focar-nos no mais
importante. Decidimos visitar mais um “Museu Berardo”, desta vez em Estremoz. E
lá fomos em boa companhia, com os primos que também querem sair de casa e ver
coisas. </span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_cbR9wzClcQCPeMgbue6ij_9WrKSd-Rmr3jlsjhOfCbtjbUtT6erMZ4mYkT66fgz4hHPv7RQsH_t7CRBjDC8tenYjWPG3eZzReqmVzUpD7S3BTEvHR186Ukmc3ROV4SjpBumHS8YPEtVpsup5OooUr67DLUWwWUzi6aTR6Ql5KWJ2iIzESTl63_rX/s4000/IMG_20220707_132058.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_cbR9wzClcQCPeMgbue6ij_9WrKSd-Rmr3jlsjhOfCbtjbUtT6erMZ4mYkT66fgz4hHPv7RQsH_t7CRBjDC8tenYjWPG3eZzReqmVzUpD7S3BTEvHR186Ukmc3ROV4SjpBumHS8YPEtVpsup5OooUr67DLUWwWUzi6aTR6Ql5KWJ2iIzESTl63_rX/w320-h155/IMG_20220707_132058.jpg" width="320" /></a></span></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">O azulejo é rei no Palácio Tocha da
“Cidade branca”. E aqueles três pisos bem nos embrenharam na riqueza desta
arte, que enche igrejas, palácios e casas particulares, a começar no longínquo séc.
XV. Visita equiparada a esta só a tive no Museu Nacional do Azulejo em Lisboa. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Para além da azulejaria que já
integrava as paredes deste Palácio (na escadaria e em algumas salas) com
grandes tapetes figurativos do séc. XVIII, vamos subindo e olhando para
exemplares das técnicas mais antigas às mais modernas. Gostei das simpáticas
figuras de convite que nos receberam à entrada e que costumamos ver ao cimo das
escadas. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9YjMjATTgXr_DtpFRKLKJ31_zFpLt2HyPVafJw0Y6_ctXN_1YbbVixbN-QZS2BA0GQVZa7dY8ZkEBjOy2cFG0UBA6ipTvYVyVu2WGf8cbrhG-trUSi3V9PhsMvddu6Lf_LGSxcPidbX2Osv1sk-oAB2VK69HUEb7nLNVVgqWeou-3tUa_PP0wa-TE/s498/Alicatado.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="273" data-original-width="498" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9YjMjATTgXr_DtpFRKLKJ31_zFpLt2HyPVafJw0Y6_ctXN_1YbbVixbN-QZS2BA0GQVZa7dY8ZkEBjOy2cFG0UBA6ipTvYVyVu2WGf8cbrhG-trUSi3V9PhsMvddu6Lf_LGSxcPidbX2Osv1sk-oAB2VK69HUEb7nLNVVgqWeou-3tUa_PP0wa-TE/w320-h175/Alicatado.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">Depois, olhámos para os velhinhos
azulejos de corda seca, os alicatados (cortados a alicate!) ou os enxaquetados
(combinando cores em disposições simétricas), que eu já vira no Convento de
Jesus em Setúbal (muito usados durante o domínio castelhano por falta de
dinheiro!). Os azulejos de corda seca e outros em relevo foram a primeira
encomenda de D. Manuel I em Sevilha para o Palácio da Vila em Sintra (se não me
engano!). Também são dignos de apreciação os panos de azulejos de aresta, que
sucederam aos de corda seca e já usavam um molde para fabrico em série. </div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Esta visita voltou a lembrar-me a
influência que a cultura islâmica teve sobre a Península Ibérica, a partir de
Sevilha e de Talavera de la Reina, sem esquecer o Médio Oriente, também
representado neste Museu. Os desenhos geométricos e cambiantes vegetais são a
maioria. </span></div><div class="separator" style="clear: both;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Avançando para os séculos seguintes, chamaram-me a atenção os grandes tapetes de padrão dos séc.s XVII e XVIII, os silhares que cobrem paredes e corredores, tudo em majólica, à moda da faiança italiana. Cores, se o azul e o amarelo são típicos do séc. XVII, já no século XVIII predomina o azul. No meio de um tapete, com cercadura à volta, aparecem por vezes quadros figurativos, uma imagem de santo, um registo religioso ou a imagem do Santíssimo Sacramento. </span></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWg98mxWQBKeNY9sOhRR1BKrXtMc-NiUmJYxb2yf1QFMJUkRZ9V_v5UYX8-OMxy3e1axh-wY2QsJyWBXhLT3-S6ARrfX8XQCuizRkAmPo0_M0VQ3_1scMFwjGnllyN2q0m7AbEWilmajJ3OD6-OFwg3pzlFsJqb-8uvzo5Z7dTmBJ4WMjvXM8pojXU/s4000/IMG_20220707_124315.jpg" style="clear: right; display: inline !important; float: right; font-family: verdana; font-size: large; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWg98mxWQBKeNY9sOhRR1BKrXtMc-NiUmJYxb2yf1QFMJUkRZ9V_v5UYX8-OMxy3e1axh-wY2QsJyWBXhLT3-S6ARrfX8XQCuizRkAmPo0_M0VQ3_1scMFwjGnllyN2q0m7AbEWilmajJ3OD6-OFwg3pzlFsJqb-8uvzo5Z7dTmBJ4WMjvXM8pojXU/s320/IMG_20220707_124315.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">E curiosamente, quando chega o barroco no séc. XVIII, as formas saltam para fora das cercaduras, como se saíssem de uma prisão. Vejam isso nas fotos com os visitantes. Também olhei com interesse para um grande tapete de figuras avulsas da Flandres, que consta das nossas fotos. Eu sabia que estas figurinhas adornavam muito as cozinhas de conventos ou palácios.</div></span></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXFfJo0xPq-8wJoKLlFqkIOtAp7q--uMDgvc-diRYhS9BUkZ5X9uNRhWlbl_CvX1IHaPvrU9wS6aKRdE8M0H7PZUsJtDotC4k6HIYi2gtN3dAA9ju8el5uIsGpJt-s1L_8BWWa7ieOaWk3Rf-2qN4UeezREAuYHvOprOmlA_WvUNuMeU_WiTU9_oUy/s4000/IMG_20220707_122707.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXFfJo0xPq-8wJoKLlFqkIOtAp7q--uMDgvc-diRYhS9BUkZ5X9uNRhWlbl_CvX1IHaPvrU9wS6aKRdE8M0H7PZUsJtDotC4k6HIYi2gtN3dAA9ju8el5uIsGpJt-s1L_8BWWa7ieOaWk3Rf-2qN4UeezREAuYHvOprOmlA_WvUNuMeU_WiTU9_oUy/s320/IMG_20220707_122707.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Os temas, para além dos motivos
religiosos, aludem a cenas campestres, de nobres a recrearem-se na caça ou na
música. Mas na maioria, vemos ilustrações bíblicas. No terceiro piso, fazem
parte do palácio grandes representações históricas das guerras havidas ao longo
da história de Portugal.</div><div style="text-align: justify;">Noto ainda a abundância de exemplares
das fábricas do norte de Portugal, séc. XIX, onde os “brasileiros”
desenvolveram a azulejaria, que no Brasil cresceu muito depois da independência
da colónia. O azulejo passou a revestir as frontarias das casas, costume
trazido para Portugal e que terminou em 1921, por uma decisão governamental a
proteger os peões, que podiam apanhar com algum azulejo na cabeça!... É a fase
da “democratização”, passando o azulejo das igrejas e palácios para o meio
urbano.</div></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioJUlj8imicHr-KEGuQi7ZiUbooCR0RkhoRM-X4CuZtbLDo3gV1dvKaEAoXJLRD6h3t-XB2obYBFjOarAk4wun3sGJq-6mhWsXXw8TOTOFkx5BUT7AHdMb8DVEvpdlddKuPeH9lnptmQNoTOTb-z-aODWwj81tps2yVsQ5OnV-nDwQtzoK00cDz2nx" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: left;"><img alt="" data-original-height="625" data-original-width="1292" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioJUlj8imicHr-KEGuQi7ZiUbooCR0RkhoRM-X4CuZtbLDo3gV1dvKaEAoXJLRD6h3t-XB2obYBFjOarAk4wun3sGJq-6mhWsXXw8TOTOFkx5BUT7AHdMb8DVEvpdlddKuPeH9lnptmQNoTOTb-z-aODWwj81tps2yVsQ5OnV-nDwQtzoK00cDz2nx=w399-h193" width="399" /></a><div style="text-align: justify;">Uma palavra para a Fábrica de
Faianças das Caldas da Rainha, séc.XIX, onde o mestre Rafael Bordalo Pinheiro
imprimiu o seu saber e arte, sendo de destacar o seu azulejo em relevo e
vidrado. </div><div style="text-align: justify;">Lembro ainda o esplendor e colorido
da arte nova no início do séc. XX, que se continua na azulejaria moderna, cada
vez a imprimir mais ao azulejo o toque de arte digna, ela que durante séculos
mereceu pouco valor e atenção. É por isso que hoje se lhe dá mais importância e
por aí passou a ser colecionado, roubado, exportado e desaparecido dos lugares
onde devia estar.</div></span></div>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">Louvor ao Museu Berardo de Estremoz,
a cidade branca.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: verdana; font-size: medium;">António Henriques</span><span style="font-size: x-large;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="372" src="https://www.youtube.com/embed/nv4TuYUgaRU" width="448" youtube-src-id="nv4TuYUgaRU"></iframe></span></div><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-5022135923125447012022-07-05T16:12:00.000+01:002022-07-05T16:12:19.002+01:00Análise de um livro<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">Acabo de ler o livro do meu amigo João Pires Antunes, intitulado “Tradição e Paisagem – Penha Garcia”, edição de autor de outubro de 2021.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuWisUbNr6bR6I5bHtfB_4gTNn7pEQSfYKJdLKjZgGd3YA8XfibP_vL6T5mp0dCV5q4FAXHICOwpHD2Zh7mF7MOTJWiaF1dbyUngfHRlB8UIcKMW2EqUSxSkSEGRLjcF-6D333numr5ohPLYdXJOkycEmzS1-xzZBtmSExC3rsyit4_KlItaLD6F-W/s1260/Penha%20Garcia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1260" data-original-width="1022" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuWisUbNr6bR6I5bHtfB_4gTNn7pEQSfYKJdLKjZgGd3YA8XfibP_vL6T5mp0dCV5q4FAXHICOwpHD2Zh7mF7MOTJWiaF1dbyUngfHRlB8UIcKMW2EqUSxSkSEGRLjcF-6D333numr5ohPLYdXJOkycEmzS1-xzZBtmSExC3rsyit4_KlItaLD6F-W/s320/Penha%20Garcia.jpg" width="260" /></a></div><p></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Conheço razoavelmente o João por leitura de textos anteriores e, por isso, sabia à partida o estilo de escrita, a visão geral sobre o mundo e mesmo o seu envolvimento pessoal nas boas causas. E depois desta leitura, que vou dizer?</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Fiquei agradavelmente surpreendido com os seus largos conhecimentos sobre a tradição e ainda mais sobre a paisagem de Penha Garcia. Ao reconstituir os modos de vida no seu tempo de criança, as vivências familiares que ele descreve como “narrador participante” (assim se dizia há uns anos atrás!), numa linguagem original, usando termos regionalistas, ele não fala de cor… Os trabalhos agrícolas, a ocupação do tempo de uma família, que vive da terra e dela extrai o sustento numa luta sem fim, são memórias vivas do autor. Como tu sabes tanto de lavoura! Falas das estações do ano e relacionas cada uma delas com os variados ciclos agrícolas – sementeiras, mondas, apanha da azeitona, o forno… Eu transportei-me para a minha meninice… E imaginei-me na tua casa simples, com o asado na cantareira e o copo de latão emborcado para se beber água! Ou a família à volta da mesa com a colher na mão a tirar o alimento do barranhão. Também na minha casa não havia pratos em 1945…</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Depois, o João enche de vida o ambiente, trazendo para o dia a dia os animais domésticos, a Navarra, a égua Safira ou a gata Xica, para já não falar dos que enriquecem a alimentação – galinhas, coelhos, aves… E fala dos cheiros!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Impressionou-me a quantidade de nomes de ervas que foste buscar para dar sabor, ou o sem-número de animais que povoam aqueles campos, ou ainda a imensidão de aves que enchem os ares e que tu sabes escutar, num sentir irmanado com a natureza, cujo silêncio te enche de emoção poética – “retiros de prazeres puros” (p. 107).</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Sobre a paisagem, se o autor privilegia a sua Manga do Gabão – “o meu berço” (108), ele sabe olhar para o longe e apreciar cada recanto. Se se delicia com os “campos policromáticos” (36), ele tem razões: «A paisagem…parecia outra, pois a policromia matizada do matagal em flor, onde sobressaíam as papoilas brancas das estevas, a urze rosada e rasteira, a giesta com os seus cachos de flor amarela e ainda o tojo florido e agressivo, contribuíam para esta paisagem distinta» (80/81).</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">E se o enlevo é muito – “é um deleite para os nossos olhos e um lavar da alma” (100), lá onde “a vida rebenta por todos os sítios” (36) -, também se entristece ao ver o “arvoredo que cresce desgovernado” (108), “terras que mais parecem selvagens, entregues a si próprias” (94). Faltam as famílias de outros tempos, que arroteiem e domestiquem os campos. Por isso, até os javalis «já perderam a vergonha» (92) (rica personificação!). Num grito de alma, clama: «aguardamos serenamente por mentes iluminadas que encontrem soluções que minimizem este drama. Porque a desertificação avança»… (115) E parece que nem o grande amendoal a plantar nos concelhos de Fundão e Idanha-a-Nova o deixam repousado (124), mas ele sabe que acabou o trabalho braçal e só as máquinas podem amanhar aquelas terras para novas culturas. Oxalá!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Só mais duas considerações:</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">1 – Noto às vezes que o texto se apresenta um pouco a saber a linguagem oral e com discordâncias entre elementos ou algumas vírgulas em lugares que eu acho errados. Talvez seja exigente! Ex.: -“Grande variedade são utilizadas em chás e tisanas”(52); - “as noites escureciam como breu que arrepiavam os mais afoitos” (18) seria melhor dizer: “as noites escureciam como breu e arrepiavam os mais afoitos” ou “as noites escureciam como breu que arrepiava os mais afoitos”; - “Penha Garcia … sabe bem receber as visitas” devia ser “Penha Garcia … sabe <u style="box-sizing: border-box;">receber bem</u> as visitas”.</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">2 – Os regionalismos são ricos em palavras com sentidos muito próprios, que escapam ao comum dos leitores. Deixo uma lista do livro para os leitores se entreterem: malhadas (9), cinchos (13), relheiros (15), furda (15), surripanços (17), barranhão (18), gorroal (85), brama (93), acarrar (117).</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><em style="box-sizing: border-box;">Parabéns, João! Escreve, que te dá vida… E nós aprendemos e deleitamo-nos!</em></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><strong style="box-sizing: border-box;">António Henriques</strong></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-10989994939887593672022-03-25T22:03:00.003+00:002022-03-25T22:13:31.189+00:00Escrita sem rumo<p><span style="font-size: medium;"> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial; text-align: justify;">Andamos atormentados pela crueza e insensatez da guerra, que não nos dá alento para sair da moleza dos dias. Mas a vida continua e há que fazer por ela... De contrário, lá se vai a gozação dos dias, a sensação viral de estarmos vivos, com saúde e prestáveis para algo.</span></span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span face="Roboto, sans-serif">Assim, apetece-me hoje escrever sem rumo, levado pelo pensamento que voa de </span><span>um lado</span><span face="Roboto, sans-serif"> para outro, como fazem alguns escritores que nos deixam às vezes perdidos no meio das páginas. E começo:</span></span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Nos últimos dias, a coluna negra do nosso ANIMUS SEMPER, à esquerda, chama a atenção para os comentários que me vêm chegando, alguns tão ricos que me apetecia pegar neles e criar novas mensagens para os leitores descuidados. </p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Um deles é da Luísa Nogueira, irmã do grande companheiro destes últimos anos, o Joaquim Nogueira, a quem me ligam momentos especiais que já não voltam. A Luísa foi colega do João Lopes na faculdade (como o mundo é pequeno!) e as primeiras vezes que a vi foi na apresentação dos dois livros do Joaquim, envolvida também na apresentação dos mesmos. Fico a saber que ela é uma das visitas frequentes do nosso blogue (ontem foram <span class="stats_counter" id="total_visits" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">96 </span><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Visitas e </span><span class="stats_counter" id="total_pageviews" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">277 </span><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Visualizações), o que me dá ânimo para investir o meu esforço nesta pequena praça de convívio entre colegas dos mesmos seminários.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Mas os meus pensamentos giram logo para outras paragens, num dia em que o Abílio Martins me envia um email com uma canção africana, que por acaso abro e aprecio do princípio ao fim. Até a trouxe para aqui, pode ser que mais alguém se deleite com estas surpresas africanas, um continente que ainda espera a sua vez para entrar na cena mundial. Eu da África tenho 47 dias, uma férias inesquecíveis, correndo quase todos os cantos, embora me tivesse demorado em Sá da Bandeira, a atual Lubango, onde o meu irmão trabalhava na Acajobel. Porque falas nisto? É que a Acajobel tinha nos sócios dirigentes um Dr. Nogueira, também da família dos Nogueiras da Várzea dos Cavaleiros e de quem estamos a falar aqui. E foi ele que sorrateiramente, escapando às tropas da UNITA, foi ao aeroporto levar umas latas de leite em pó que alimentaram a bebé do meu irmão durante as semanas em que os portugueses fugiram com as tropas sulafricanas para a Namíbia. Acho que o Joaquim Nogueira, quando saíu com a esposa do Congo Belga, também passou por Sá da Bandeira no regresso à metrópole. E lá fez tão boa obra que houve gente desse tempo que me pediu o telefone da irmã para lhe apresentar palavras de pêsames e conforto.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Olho para África e sofro com as fragilidades e sofrimento dos africanos, mas tenho de confessar que </span><img alt="Srª de África.jpg" class="lazyload-item" height="379" src="https://fotos.web.sapo.io/i/Bc8170d5b/22268780_1kq1g.jpeg" style="border: 0px; box-sizing: border-box; float: right; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; outline: none; padding: 5px 10px; vertical-align: top; width: 350px;" width="295" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">é também com a África que se faz a minha história, não só porque foi de lá que o meu irmão trouxe a rica mulher que muito bem cuida dele, como também foi de África que trouxe a imagem de Nossa Senhora, isto em 1970, que ainda hoje me protege e à minha família, acompanhando-nos no lugar mais íntimo da casa. Aqui ao lado está a Virgem. E como veio parar às minhas mãos? Em Luanda, fui recebido pelo conterrâneo, o Abílio Martins, com quem estive dois ou três dias. Não foi só o P. Horácio a receber a generosidade deste Antigo Aluno. Também a mim chegou a sua presença benfazeja e a oferta desta bela imagem em madeira... E já lá vão 52 anos...</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">De Luanda, onde também estive com o P. Eusébio, ainda fui de comboio a Vila Salazar estar com o meu colega de curso António Lucas Rodrigues, que faleceu poucos meses depois num brutal acidente de viação, ele que me levou a Malanje, onde pude conviver com outro colega, o P. José Mendes F. Antão. Paz às suas almas!</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Para não me alongar, volto ao email do Abílio que me trouxe este vídeo em baixo. Nos últimos tempos, quando o Joaquim Nogueira se sentia debilitado, era a enviar emails que ele comunicava connosco, imagens belas deste mundo lindo. Não sou o único a falar deste seu gesto, embora alguns emails tivessem ficado por abrir por falta de tempo, eu que estava voltado para outros compromissos. Como posso dizer mal das redes sociais se são elas que me ligam ao mundo? Ainda por cima com a prisão covidiana?!</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span class="stats_label" style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Vá, oiçam esta Avé Maria pelas crianças africanas:</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><em style="box-sizing: border-box;">António Henriques</em></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="313" src="https://www.youtube.com/embed/xwD9LQMvzR8" width="377" youtube-src-id="xwD9LQMvzR8"></iframe></div></blockquote></div><br /><em style="box-sizing: border-box;"><br /></em><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-25079676047249790332022-03-09T11:16:00.004+00:002022-03-09T11:25:19.362+00:00O meu Dia da Mulher<p style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjQda5lqQ-6L6S9JhAn2FsAStb-uXc7lvYmM7z5LCWTZGWCgDK6HlY28vyKt7k8i96kVT3H5C9U8O4Icn0MO_IDVS3vVZMINt69fkXD2ciqtbLTfHIWI9zWvn9c80NrlynRdNHBPypMwUjnvJSmAAHV4Rx9XmEqTAfhvk13_DulFDKlIrz9us55A_c4=s2649" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2649" data-original-width="1936" height="387" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjQda5lqQ-6L6S9JhAn2FsAStb-uXc7lvYmM7z5LCWTZGWCgDK6HlY28vyKt7k8i96kVT3H5C9U8O4Icn0MO_IDVS3vVZMINt69fkXD2ciqtbLTfHIWI9zWvn9c80NrlynRdNHBPypMwUjnvJSmAAHV4Rx9XmEqTAfhvk13_DulFDKlIrz9us55A_c4=w283-h387" width="283" /></a></div><p></p><p><span face="Roboto, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222; font-size: large; text-align: justify;">Então tu deixas passar o Dia da Mulher e não escreves uma reflexão sobre esse importante evento? Onde é que tu andas?</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">- Olha, a vida é mais importante que uma comemoração. Ainda há poucos dias (2/03) exaltei aqui uma mulher especial. Não sou insensível a certas datas. Mas quando nos batem à porta a pedir ajuda por terem chegado de Odessa (sul da Ucrânia) duas mulheres e três filhos com a simples roupa do corpo, as prioridades voltam-se todas para estas urgências. Desde fraldas a roupa de criança e de adultas, tudo se foi arranjando. E mesmo dinheiro, já entregámos 200€...</div><div dir="auto" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Nesta foto estão as últimas aquisições, que o volume maior já seguiu ontem.</div><div dir="auto" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Tudo conseguido junto de familiares e amigos. Como vêem, a guerra já cá chegou. E estas mulheres concretas bem precisam de sentir o que é o Dia Internacional da Mulher.</div><div dir="auto" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </div><div dir="auto" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;">António Henriques</strong></em></div>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-90064077377967322582022-01-20T16:17:00.001+00:002022-01-20T16:17:37.864+00:00Quinze anos de Unisseixal<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; text-align: justify;">Vai longa a nossa história...</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><img alt="" class=" wp-image-2603 alignright lazyload-item" height="122" sizes="(max-width: 277px) 100vw, 277px" src="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2020/04/Unisseixal-logo-300x132.png" srcset="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2020/04/Unisseixal-logo-300x132.png 300w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2020/04/Unisseixal-logo.png 351w" style="border: 0px; box-sizing: border-box; float: right; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; outline: none; padding: 0px; vertical-align: top; width: auto;" width="277" /><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Já vem de 2007, quando a direção da Casa do Educador no seu segundo mandato, considerou importante abrir os seus préstimos à comunidade e começou a pensar na possibilidade de criar uma universidade sénior, que nesse ano começava a ser um projeto adaptado a muitos concelhos e freguesias e estava a entusiasmar muitos reformados, desejosos de aprender mais, conviver muito e encontrar novas razões de viver a sua jubilação.</span><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">As condições não eram as melhores para uma associação nascida há quatro anos, com uma sala e uma cozinha somente. Mas os sócios eram professores na sua maioria e logo pensámos na possível disponibilidade dos espaços escolares para albergar os alunos maiores em algumas horas do dia.</span><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Com muito ânimo, depois de consultar universidades semelhantes, a funcionar já perto de nós, criámos os documentos básicos necessários para a constituição desta valência, consultámos a Rutis, federação das universidades seniores em Portugal, contactámos as autarquias locais, as escolas e associações que nos pudessem ceder espaços e abrimos as inscrições.</span><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Pudera! Muitas pessoas estavam ávidas e depressa sentimos uma adesão significativa da parte dos nossos concidadãos. Passados uns dois meses de trabalho, abriu a Unisseixal - Universidade Sénior do Seixal no dia 15 de Janeiro de 2007. E logo no início foram 230 os alunos que inauguraram este projeto.</span><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Cada ano que ia passando levava a Unisseixal a crescer em alunos, professores e instalações. A pandemia perturbou este crescimento, mas já neste ano letivo de 2021/22 recuperámos o crescimento, estando inscritos agora 810 alunos e 90 professores. O mais significativo é o critério de gratuidade absoluta (palavra deste mês) que anima todos os professores.</span><br style="box-sizing: border-box;" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Vamos vivendo deste convívio, desta fraternidade, criando a novidade suficiente para mais sentido aos nossos dias. E VIVA A UNISSEIXAL.</span><br style="box-sizing: border-box;" /><em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;">António Henriques <span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-weight: normal; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></strong></em></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><em style="box-sizing: border-box;"> SEDE ANTIGA SEDE ATUAL</em></p><p class="sapomedia images" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><img alt="Chás sede antiga.jpg" class="lazyload-item" height="228" src="https://fotos.web.sapo.io/i/B6418a535/22232413_60DuF.jpeg" style="border: 0px; box-sizing: border-box; float: left; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; outline: none; padding: 10px 5px; vertical-align: top; width: 361px;" width="291" /><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"></span></p><p class="sapomedia images" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><img alt="IMG_20210916_112716.jpg" class="lazyload-item" height="243" src="https://fotos.web.sapo.io/i/B9d1833e6/22232412_Ppa3Q.jpeg" style="border: 0px; box-sizing: border-box; float: right; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; outline: none; padding: 10px 5px; vertical-align: top; width: 452px;" width="386" /></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-11611824541938123342022-01-03T22:37:00.000+00:002022-01-03T22:37:23.877+00:00Ano Novo, Vida Nova<p><span style="color: #1f4743; font-family: "Libre Franklin", "Helvetica Neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">Estamos no final do ano de 2021.</span></p><div class="entry-content" style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: #1f4743; font-family: "Libre Franklin", "Helvetica Neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; margin-left: auto; margin-right: auto;"><div id="dslc-theme-content" style="box-sizing: inherit;"><div id="dslc-theme-content-inner" style="box-sizing: inherit;"><div class="panel-layout" id="pl-2963" style="box-sizing: inherit;"><div class="panel-grid panel-no-style" id="pg-2963-0" style="box-sizing: inherit; display: flex; flex-wrap: nowrap; justify-content: space-between; margin-bottom: 30px;"><div class="panel-grid-cell" id="pgc-2963-0-0" style="box-sizing: border-box; width: calc(100% - 0px);"><div class="so-panel widget widget_sow-editor panel-first-child panel-last-child" data-index="0" id="panel-2963-0-0-0" style="background: transparent; box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px; zoom: 1;"><div class="so-widget-sow-editor so-widget-sow-editor-base" style="box-sizing: inherit;"><div class="siteorigin-widget-tinymce textwidget" style="box-sizing: inherit;"><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Na nossa história, vai ficar como ano bem doloroso, cansativo e até mesmo trágico. Fechados em casa por um invisível vírus, de nome Covid-19, deixámos de sentir liberdade de circulação, de estar à vontade com familiares e amigos. Muitos sentiram na pele a perigosidade desta pandemia e, aos milhares, não resistiram e abandonaram o mundo dos vivos...</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Mas a mudança de ciclo temporal - chega o ano novo! - cria em nós a sensação de que vamos viver a novidade de melhores tempos, respirar novos ares, melhorar o nosso dia a dia... A esperança rejuvenesce os nossos sonhos e todos queremos que se realize o dito "ANO NOVO - VIDA NOVA"...</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Fui buscar o crescimento de uma flor (um minuto da sua vida) para vos dizer que realmente a vida continua a puxar por nós, a exigir esforço de crescimento, perseverança, mesmo que os escolhos perturbem o nosso caminhar. Mas vale a pena teimar!</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Venha o ano de 2022... Viva o 2022, com promessas de mais saúde, liberdade, sucesso e alegria! Abraço a vocês todos!</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;"><span style="box-sizing: inherit; font-weight: 700;"><em style="box-sizing: inherit;">António Henriques</em></span></p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;"><span style="box-sizing: inherit; font-weight: 700;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="395" src="https://www.youtube.com/embed/VjDwhMgUf9w" width="475" youtube-src-id="VjDwhMgUf9w"></iframe></div><br /><em style="box-sizing: inherit;"><br /></em><p></p></div></div></div></div></div></div></div></div></div>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-29057472428147891902021-12-26T12:29:00.000+00:002021-12-26T12:29:30.169+00:00O meu Natal<p><img alt="Árvore.jpg" class="lazyload-item" height="595" src="https://fotos.web.sapo.io/i/Ba018a8fe/22217593_rKn1h.jpeg" style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; float: left; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; outline: none; padding: 5px; vertical-align: top; width: 300px;" width="300" /></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Não vejo anjos a anunciar o nascimento de ninguém. Não oiço pessoas a falar de um qualquer acontecimento extraordinário. Os pastores, com frio, ficaram nos seus casebres e não se deslocaram à manjedoura onde o milagre do menino nascido aconteceu. Até o boi e a vaca se estenderam preguiçosamente e não aqueceram Jesus!</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Também não vi estrelas a marcar o céu com lancinante linha a apontar o presépio de Belém. Todos os fenómenos celestes apontam para a normalidade da sua existência, embora deixem pasmados aqueles que os olham na sua grandeza e misteriosa magnificência...</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">E que vejo eu?</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">As pessoas estão cansadas de tanto correrem à procura da prenda que irá mimosear aquele familiar ou amigo. Depois é preciso limpar a casa, preparar a roupa, comprar alimentos e confecionar refeições para uma casa mais habitada do que habitualmente. Descansar, só depois de Natal...</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Noutros tempos, também eu corria. Agora fico-me mais na pacatez dos dias, contando que outros sejam os responsáveis por as coisas acontecerem. Já não há pachorra nem ligeireza de movimentos para fazermos a diferença. É a terceira idade, meu caro! Ou será já a quarta?!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Mas à minha volta vejo pais-natal por todos os lados, alguns a subir paredes e outros a descer de telhados e gente entusiasmada com estas imaginações. Vejo renas e trenós deslocados das terras geladas para locais mais temperados. É preciso acreditar, é preciso imaginar e cada qual escolhe o objeto da sua crença. Eu tento mais acreditar que Jesus Cristo é mesmo o grande revolucionário da história e conta comigo para criar paz e justiça em meu redor. Não posso fazer muito, mas vou tentando...</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">A família é por estes dias o grande móbil das nossas movimentações. E, se o Covid não tivesse estragado tudo com a infeção do nosso filho, era a família que nos fazia deslocar para a Polónia, para criar proximidade entre as duas partes, para nos conhecermos e nos alegrarmos por ver jovens felizes que se amam e que apostaram na vida a dois por esse mundo fora. Neste momento, é na Arábia Saudita que eles vão trabalhar... Era por a família ser importante que fazíamos o sacrifício de irmos para a neve e frio polacos para conhecermos a família da nossa nora. Da nossa parte, bem nos preparámos... Mas não foi possível!</span></p><p class="sapomedia images" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: left;"><img alt="Boas Festas 21.jpg" class="lazyload-item" height="291" src="https://fotos.web.sapo.io/i/B8e170b13/22214440_68UTn.jpeg" style="border: 0px; box-sizing: border-box; float: right; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; outline: none; padding: 5px; vertical-align: top; width: 550px;" width="499" /></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">Assim, é da Amora que envio um abraço de amizade e de esperança a todos os que passam pelo "ANIMUS SEMPER", desejando-vos muita saúde, muita felicidade e muita paz entre todos. Vale a pena ter fé e esperança em melhores dias, confiando na luz do Menino Jesus a iluminar a nossa caminhada, mesmo que ela já seja trôpega...</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: large; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;">Boas Festas de Natal do António Henriques</strong></em></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-85914945419975639682021-12-08T15:25:00.000+00:002021-12-08T15:25:34.313+00:00Visitei Malta<div class="entry-content" style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: #1f4743; font-family: "Libre Franklin", "Helvetica Neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; margin-left: auto; margin-right: auto;"><div id="dslc-theme-content" style="box-sizing: inherit;"><div id="dslc-theme-content-inner" style="box-sizing: inherit;"><div class="panel-layout" id="pl-2912" style="box-sizing: inherit;"><div class="panel-grid panel-no-style" id="pg-2912-0" style="box-sizing: inherit; display: flex; flex-wrap: nowrap; justify-content: space-between; margin-bottom: 30px;"><div class="panel-grid-cell" id="pgc-2912-0-0" style="box-sizing: border-box; width: calc(100% - 0px);"><div class="so-panel widget widget_sow-editor panel-first-child panel-last-child" data-index="0" id="panel-2912-0-0-0" style="background: transparent; box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px; zoom: 1;"><div class="so-widget-sow-editor so-widget-sow-editor-base" style="box-sizing: inherit;"><div class="siteorigin-widget-tinymce textwidget" style="box-sizing: inherit;"><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;"><img alt="" class="size-medium wp-image-2922 alignright" height="300" sizes="(max-width: 145px) 100vw, 145px" src="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-145x300.jpg" srcset="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-145x300.jpg 145w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-496x1024.jpg 496w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-768x1587.jpg 768w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-743x1536.jpg 743w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-991x2048.jpg 991w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110734-scaled.jpg 1239w" style="border-style: none; box-sizing: inherit; display: inline; float: right; height: auto; margin: 0px 0px 0px 1.5em; max-width: 100%;" width="145" />É verdade! Mesmo em tempo de pandemia pudemos visitar Malta. Arrastados por filho e nora, pudemos gozar cinco dias a olhar deslumbrados para as belezas naturais e o património cultural classificado da Unesco em Malta. O facto de este país estar também com 82% de população vacinada deixava-nos alguma segurança, acrescentada pelas máscaras que lá se usavam nos espaços fechados.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Já tínhamos ouvido falar daquele pequenino país, mas com esta visita os olhos ficaram cheios de riqueza, de cor, de beleza, que vão perdurar por muito tempo. Passados estes poucos dias, o olhar para as fotos que tirámos enche-nos de alegria, majorada com as caras familiares com quem convivemos, o que, nos dias que correm à mercê do distanciamento social, mais nos envaidece!</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">País pequenino, com uma população de menos de 500.000 habitantes espalhados por três ilhas (Malta, Gozo e Comino), é um repositório histórico de muitas culturas, desde os Fenícios até à atualidade. Lá deixaram vestígios os gregos, romanos, árabes (na língua de 870 a 1090), italianos (o condado da Sicília dominou Malta por muitos séculos). Em 1518, sob o império de Carlos V de Espanha, foi cedida aos cavaleiros da Ordem Hospitalar de São João de Jerusalém, que tinham sido expulsos de Rodes pelos otomanos. E é esta <img alt="" class="size-medium wp-image-2921 alignleft" height="145" sizes="(max-width: 300px) 100vw, 300px" src="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110542-300x145.jpg" srcset="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110542-300x145.jpg 300w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110542-1024x496.jpg 1024w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110542-768x372.jpg 768w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110542-1536x743.jpg 1536w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110542-2048x991.jpg 2048w" style="border-style: none; box-sizing: inherit; display: inline; float: left; height: auto; margin: 0px 1.5em 0px 0px; max-width: 100%;" width="300" />Ordem Militar que governa a ilha até ao séc. XIX. Nos tempos modernos, foram os Ingleses (1800) que se assenhorearam do território até 1964, quando Malta conseguiu a independência. Atenção: não posso deixar de referir a ligação da Ordem de Malta às Cruzadas dos séculos XII e XIII e à proteção dos peregrinos que se dirigem à Terra Santa, pois é esta a sua principal missão.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">E de história já chega...</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="box-sizing: inherit; font-weight: 700;">Então, o que é que nós vimos?</span> Um território onde predominam as planícies, com alguma vegetação e muita pedra. Para cultivar a terra, muitas pedras e pedrinhas foram retiradas e aproveitadas para fazer muros. Até me lembrei das videiras do Pico que crescem entre paredes de muita pedra!</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Espanta também a cor do mar; aquele azul tão carregado fez-me lembrar o mar das ilhas gregas, e a cor dos tinteiros da tinta <em style="box-sizing: inherit;">Ink</em> que enchia os nossos aparos quando jovens.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">O mar é o elemento predominante. Ele entra pela cidade de La Valeta, entrecortada de baías e enseadas, que mais parecem canais (ai a nossa Aveiro!), agora cheios de marinas com iates e veleiros.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">E as construções? Encontrámos uma cidade bem conservada, com a sua parte alta muralhada, mas leve e airosa nos palácios, jardins e outros monumentos. As ruas estreitas apelam à sua antiguidade (não passou por lá o Marquês de Pombal!); por isso, o trânsito é difícil, ainda mais porque não se paga estacionamento. Olhamos para aquelas casas e extasiamo-nos com a solidez dos edifícios em pedra calcária, a beleza das linhas que lhes confere um ar senhorial e ainda o galanteio daquelas varandas maltesas pintadas de azul, verde ou amarelo.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Tinta, para além das varandas, não se nota nos edifícios. Só nas janelas e portas, muito altas, encimadas por um semicírculo pintado ou em ferro forjado.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Igrejas, muitas, quer em Malta quer em Gozo (não vimos Comino). Predomina o barroco, embora haja também edifícios clássicos do séc. XVI, revestidos embora com as riquezas do barroco.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">As esplanadas abundam e é muito agradável beber um café naquelas grandes esplanadas rodeadas de riquezas arquitetónicas, como na Triq Ir-Repubblika, uma larga avenida para peões junto da Catedral de S. João Batista e do Tribunal. Disse “Triq” para verem logo como é difícil a língua maltesa.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Também senti muita alegria a passear pelos campos de Gozo, olhar para grutas, fotografar catacumbas com muita história, saborear iguarias locais, próximas das italianas, e sentir-me turista nos dias que correm…<img alt="" class="size-medium wp-image-2916 alignright" height="145" sizes="(max-width: 300px) 100vw, 300px" src="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110043-300x145.jpg" srcset="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110043-300x145.jpg 300w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110043-1024x496.jpg 1024w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110043-768x372.jpg 768w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110043-1536x743.jpg 1536w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2021/12/IMG_20211124_110043-2048x991.jpg 2048w" style="border-style: none; box-sizing: inherit; display: inline; float: right; height: auto; margin: 0px 0px 0px 1.5em; max-width: 100%;" width="300" /></p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Agora, de muito especial foi a visita à Co-Catedral de S. João Batista em La Valeta. É outro mundo! No chão, nas paredes e no teto, não há um espaço vazio. Tudo merece atenção. Passeamos sobre muitas peças de mármore incrustado, de várias cores, letras, desenhos e brasões. As paredes estão revestidas de pinturas, esculturas, de múltiplas formas artísticas revestidas a oiro, em motivos vegetais, com a flor de lis e ainda a cruz de Malta das oito pontas. A abóbada e a cúpula prolongam este montão de arte e bíblia, especialmente em pinturas que se prolongam para o coro alto.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">As fotos dizem mais que as minhas palavras.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;">Valeu a pena… Olhar, saborear, conviver, três ações que marcaram os nossos dias em Malta. Mas duas coisas são importantes: falar inglês e guiar o carro à inglesa, o que para mim não seria fácil.</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;"><em style="box-sizing: inherit;"><span style="box-sizing: inherit; font-weight: 700;">António Henriques</span></em></p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;"><em style="box-sizing: inherit;"></em></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><em style="box-sizing: inherit;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="393" src="https://www.youtube.com/embed/L8JCwEmg9P4" width="472" youtube-src-id="L8JCwEmg9P4"></iframe></em></div><em style="box-sizing: inherit;"><br /><span style="box-sizing: inherit; font-weight: 700;"><br /></span></em><p></p></div></div></div></div></div></div></div></div></div>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-53905932481959897852021-08-16T20:45:00.002+01:002021-08-16T22:11:21.485+01:00A Expo de Ai Wei Wei<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">Faz parte das nossas distrações de
férias a visita a alguma exposição. E quando são os próprios filhos a sugerir
uma saída, nem se pensa duas vezes.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwRJZUOgMh5sVP3oUOn4mendAmjrTOonhh-NNol5MhEgnk4cSIDGh3VOqLI5zLLkrtTWQUh-icUu1czfiSvXgh_lvxwfS7LSWOMjt7h7nU9ha9oE0trvKA0SmnFKDyQt3e3XxXxWaUSaQ/s4000/IMG_20210804_182322.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwRJZUOgMh5sVP3oUOn4mendAmjrTOonhh-NNol5MhEgnk4cSIDGh3VOqLI5zLLkrtTWQUh-icUu1czfiSvXgh_lvxwfS7LSWOMjt7h7nU9ha9oE0trvKA0SmnFKDyQt3e3XxXxWaUSaQ/s320/IMG_20210804_182322.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Desta vez, escolhemos Ai Wei Wei na
Cordoaria Nacional para a primeira aventura, lá onde se mostra o grande e o
minúsculo, o belo e o horrível, o suave e o abominável, numa enorme liberdade e
variedade de expressões, todas elas a insistir na defesa do pensamento
individual dentro de uma sociedade global, onde as nações não existem.</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI3jRhV1bylTAmY__N3qPOJHOkZJmxaEX8to1qhS930IfVerZYpv6hdF_xycPNTFZFph7qqfcXP1G3hKiO3D4qgGeHypnNtm43pm34gX9IO9XXE2jl1kpR1S8-pZNfrhChh47-ovB3jIo/s4000/IMG_20210804_173424.jpg" style="clear: right; display: inline; float: right; font-family: helvetica; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1936" data-original-width="4000" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI3jRhV1bylTAmY__N3qPOJHOkZJmxaEX8to1qhS930IfVerZYpv6hdF_xycPNTFZFph7qqfcXP1G3hKiO3D4qgGeHypnNtm43pm34gX9IO9XXE2jl1kpR1S8-pZNfrhChh47-ovB3jIo/s320/IMG_20210804_173424.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;"><span style="line-height: 107%;">Chega a perturbar o arrojo daquele
gigantesco barco feito de bambu ou aquele outro bote </span>negro insuflado ao limite
com imigrantes resgatados. Mas, por outro lado, olhamos para animais voláteis
suspensos na sua textura angelical e fantasmagórica.</span></div><p></p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">Depois, utilizando materiais
portugueses (mármore, cortiça, azulejo), espalham-se naquele espaço esculturas
perturbadoras (o artista sem cérebro, o rolo de papel em mármore ou ainda
grandes painéis de azulejos azuis, com cenas de guerras, perseguições, fugas
forçadas, vidas presas a uma tenda – “abram a fronteira”, “ninguém é ilegal”,
lê-se repetidamente nos dois extremos da Cordoaria…<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: medium;">A liberdade de expressão circula por
todo o lado, ora nas fotos (mais de 50) onde a mão de dedo levantado se atira a
tudo o que se fotografa, seja monumento, rua, igreja, natureza, rio… numa
intenção mais de destruição do que de fornicação.</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUpP1rQSIBmluLx_4cIm7ZLqqV6vYzlhDPAflpTzmD4sGm1Tl85FYLQyw_i1vxk7xBIrkfbangyVYSe1Y_F5vSuWdhxRGYtrY1D5DeN_3XnDb0joYNWMxPMVl0ugn1dbvp8G-fXUfVwi8/s2048/10.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1090" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUpP1rQSIBmluLx_4cIm7ZLqqV6vYzlhDPAflpTzmD4sGm1Tl85FYLQyw_i1vxk7xBIrkfbangyVYSe1Y_F5vSuWdhxRGYtrY1D5DeN_3XnDb0joYNWMxPMVl0ugn1dbvp8G-fXUfVwi8/s320/10.jpg" width="170" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Significativo é também um outro
conjunto de cubos fechados, com cenas da prisão do artista, sempre acompanhado
por dois soldados, mesmo quando dorme… Até nós somos forçados a curvar a cabeça
ou a subir um degrau para olhar lá para dentro.</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">Não nos demorámos nos muitos vídeos
expostos ao longo da exposição, que também valerá a pena olhar, para ouvir o
próprio artista dissidente e perseguido pelo regime chinês a expor suas ideias.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: medium;">Para não maçar os leitores,
acrescento que a arte de Wei Wei é sempre comprometida, implicando os direitos
humanos, as questões sociais e os regimes políticos. Na nossa história atual, para
o artista ressaltam a liberdade de expressão, o direito dos refugiados e imigrantes
a viver dignamente e a visão universalista contra o fechamento das tensões nacionalistas.
Somos todos irmãos, concluo eu!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: medium;">Crítico, contestatário, este artista
espanta, encanta e incomoda. Achei-o demasiado negativo. Mas é curioso na sua
humildade: «Minhas mensagens são temporárias… Outro vento há-de vir!»</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: medium;">NOTA: A título de curiosidade, este artista escolheu Portugal para viver, comprando casa em Montemor-o-Novo. </span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><b><i><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">António Henriques</span></i></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><b><i></i></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><i><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="561" src="https://www.youtube.com/embed/twP9qyUdVYI" width="676" youtube-src-id="twP9qyUdVYI"></iframe></i></b></div><b><i><br /><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;"><br /></span></i></b><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><b><i><br /></i></b></span></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-32783851485178747902021-05-03T23:24:00.000+01:002021-05-03T23:24:25.540+01:00Erros ou regra geral?<p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG7A8rq_73b-Bm5FlLURG3Ojq1hEUmLzGHMJv8rAluPyqiTlzxoFUJhpoiEQCbPBI0V1v7b-xevs0whUD7oaGWjLYUsooL78zK-xdl9HK7u_yACVM7Ee6FaeGWrFywXY6saLYQ4ELUOg8/s1968/Ant%25C3%25B3nio+Henriques.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1912" data-original-width="1968" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG7A8rq_73b-Bm5FlLURG3Ojq1hEUmLzGHMJv8rAluPyqiTlzxoFUJhpoiEQCbPBI0V1v7b-xevs0whUD7oaGWjLYUsooL78zK-xdl9HK7u_yACVM7Ee6FaeGWrFywXY6saLYQ4ELUOg8/w211-h205/Ant%25C3%25B3nio+Henriques.JPG" width="211" /></a></div><span style="font-family: helvetica; font-size: 12pt;">Em conversa telefónica com o amigo
José Maria Lopes, um distinto revisor do Diário de Notícias, agora aposentado,
falávamos nós dos erros que vamos ouvindo e lendo quase todos os dias.</span><p></p></div><p style="text-align: right;"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Há casos em que começo a dar-me por vencido. Se todos ou quase todos insistem no uso da expressão errada, é sinal de que ela começa a ser prática corrente… E como é o falante na sua oralidade que vai transformando a linguagem para bem ou para mal, dou-me por derrotado e vou-me calando.</span></div><p></p><p style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: helvetica;">Vamos a exemplos:</span></strong></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><strong> </strong><strong>1 – Sénior – Seniores</strong>. O plural desta palavra raramente se diz e se escreve corretamente. Por influência do singular (sénior é uma palavra esdrúxula, com acento gráfico na terceira sílaba a contar do fim), quase todos entoam “s<strong>é</strong>niores” à imitação do singular. Mas não está correto! Nenhuma palavra portuguesa tem acentuação na quarta sílaba a contar do fim. Mas aqui acontece esse dislate: <strong>sé-ni-o-res</strong>. No plural, devemos pronunciar “seni<strong><u>o</u></strong>res”, como qualquer palavra grave. E sem qualquer acento gráfico, naturalmente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><strong>2 – O clube tem ganho – ele tem limpo – o Estado tem gasto – a polícia tem preso</strong>…</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Todas estas expressões estão erradas!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Há realmente verbos com dois particípios, o regular e o irregular (ganhado/ganho, limpado/limpo, gastado/gasto, limpado/limpo, prendido/preso, imprimido/impresso, etc…). A regra diz que se usa o particípio regular com os verbos <u>ter</u> e <u>haver</u>, sendo o particípio irregular usado com os verbos <u>ser</u> e <u>estar</u>.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Cumprindo regras, assim se fala “em bom português”: O clube tem ganhado – ele tem limpado – o Estado tem gastado – a polícia tem prendido;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Assim também se devia dizer: eu havia ganhado – ele havia limpado, etc…</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Com os verbos<u> ser</u> e <u>estar</u> dizemos: o jogo está ganho, foi ganho; a casa é limpa, está limpa, o dinheiro é gasto, o livro já está impresso…</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Este é mais um erro que está a tornar-se prática normal. A forma irregular (ganho, limpo, etc.) tem ganhado estatuto de forma única. Que havemos de fazer?</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><strong>3 – O terceiro erro a apontar, embora menos frequente</strong>, tem a ver com as formas verbais que se podem confundir com as expressões verbo + pronome pessoal. Ainda há poucos dias li no “zerozero.pt” esta frase:</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><strong>«Paulo Sérgio regressou dos balneários decidido em que a sua equipa vira-se o resultado» </strong>(<a href="https://www.zerozero.pt/news.php?id=321175">https://www.zerozero.pt/news.php?id=321175</a>)</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Em bom português, há aqui dois erros;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">A - “decidido em que…” não é português correto. O verbo decidir pede a preposição <strong>“a”: </strong>decidido a que a sua equipa…, como se diz “decidido a fazer” (e não “decidido em fazer”);</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">B – Mais frequente é o segundo erro: «que a sua equipa vira-se o resultado», como se aqui houvesse duas palavras!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Querem ver outros casos semelhantes? – “Salvador, realizas-te o meu sonho!” – “Falhas-te porque olhas-te para a frente” - “Nós sempre lava-mos os pratos”…</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Em todas estas expressões, só temos uma palavra, que é uma simples forma verbal. O hífen aqui não se pode usar: virasse, realizaste, falhaste, olhaste, lavamos.</span></p><p style="text-align: justify;"><u><span style="font-family: helvetica;">Se temos dúvidas, passemos a expressão para a negativa, vendo o que acontece: </span></u></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">- quando temos duas palavras (verbo+pronome pessoal), colocando o “não”, <u>o pronome vem para trás do verbo</u>. Ex. hoje salvas-te – hoje não te salvas! /Vira-se o resultado – não se vira o resultado…</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Caso o pronome não salte para trás do verbo, é sinal que só há uma palavra (sem hífen) e por isso diz-se: não virasse, não falhaste, não olhaste, não lavamos, etc.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Assim se escreve em bom português”!</span></p><p><em><strong><span style="font-family: helvetica;">António Henriques</span></strong></em></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-21090928219462732412021-03-31T19:23:00.000+01:002021-03-31T19:23:50.559+01:00Ninguém se salva sozinho<div class="entry-content" style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: #1f4743; font-family: "Libre Franklin", "Helvetica Neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; margin-left: auto; margin-right: auto;"><div id="dslc-theme-content" style="box-sizing: inherit;"><div id="dslc-theme-content-inner" style="box-sizing: inherit;"><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px; text-align: justify;"><img alt="" class="wp-image-332 alignright" height="254" sizes="(max-width: 226px) 100vw, 226px" src="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2017/02/20170218_163000-222x300.jpg" srcset="https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2017/02/20170218_163000-222x300.jpg 222w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2017/02/20170218_163000-768x1037.jpg 768w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2017/02/20170218_163000-759x1024.jpg 759w, https://oficinaportugues.blogs.unisseixal.org/wp-content/uploads/sites/3/2017/02/20170218_163000.jpg 1478w" style="border-style: none; box-sizing: inherit; display: inline; float: right; height: auto; margin: 0px 0px 0px 1.5em; max-width: 100%;" width="188" />Ando nos últimos dias com este pensamento na cabeça e, nem sei porquê, a qualquer hora do dia e nas mais diversas circunstâncias, ele se repete sem clara justificação…<br style="box-sizing: inherit;" />Será já reflexo do ensimesmamento a que o vírus nos remeteu? Será já um grito a empurrar-me para os outros, a convencer-me da importância da comunhão com familiares, amigos e todos os que, incógnitos, contribuem para me facilitar a vida?<br style="box-sizing: inherit;" />Realmente, os últimos tempos têm sido pródigos a experimentar o valor de muitos préstimos que me facilitam os dias.<br style="box-sizing: inherit;" />Preciso de produtos do supermercado? Vou à Internet, faço uma lista e daí a umas horas estão a tocar à campainha para me entregarem os alimentos. Preciso de comprar um livro? É tudo simples: sem sair de casa, encomendo e daí a dois ou três dias aqui tens o pedido. O mesmo acontece com os ténis que calço, com o vinho que bebo, a comida para os meus dois gatos e com mais outras circunstâncias de que se tece a vida. Só é pena que ainda tenha de sair para resolver o que a Internet e o telefone não me resolvem. Vejam como um vírus me está a alterar hábitos através do confinamento obrigatório…<br style="box-sizing: inherit;" />E agora olho para o circuito comercial que se estabelece para solucionar as minhas necessidades. Quantas caras anónimas se mexem e contribuem para o meu bem-estar! E não é só lá fora. Também aqui, em casa, eu começo a dizer: obrigado, Antonieta, por me facilitares a vida!<br style="box-sizing: inherit;" />É esta rede de relações que me deixam muito agradecido e que eu transporto para novas realidades. Também eu devo ajudar os outros. Também eu devo facilitar-lhes a vida. E cada vez que o faço alegro o outro e alegro-me a mim próprio. Se calhar, muita gente envinagrada que há por aí é assim porque não ajuda os outros…<br style="box-sizing: inherit;" />A minha Páscoa também se faz com este esforço em construir vida, colaborar com os outros, dar voz às boas causas, mostrar valores escondidos dos colegas, impulsionar projetos que vão satisfazer os que neles estão implicados.<br style="box-sizing: inherit;" />Às vezes erro? Só não erra quem nada faz… E eu não vou por aí!</p><p style="box-sizing: inherit; margin: 0px 0px 1.5em; padding: 0px;"><span style="box-sizing: inherit; font-weight: 700;"><em style="box-sizing: inherit;">António Henriques</em></span></p></div></div></div>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-30427560875554858412021-03-13T19:25:00.002+00:002021-03-13T20:14:36.260+00:00A raia de Alcoutim<blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpPN17X7h9VKNuwERE6QObd70lPpQLRvTb2Hioxp90HZUEN2CaZuJkGxFajb3RIQNI5IMtRbX2ehR-3204vOq_y6lQX5m2E-Psuvw09p1pQUb9qKA66SebwTWHYeQ4G_ULKjHqTAIxab8/s565/55876474e6d6421ab955c482d58746ac.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="565" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpPN17X7h9VKNuwERE6QObd70lPpQLRvTb2Hioxp90HZUEN2CaZuJkGxFajb3RIQNI5IMtRbX2ehR-3204vOq_y6lQX5m2E-Psuvw09p1pQUb9qKA66SebwTWHYeQ4G_ULKjHqTAIxab8/s320/55876474e6d6421ab955c482d58746ac.jpg" /></a></span></div><p></p></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Quando eu era criança, aparecia muito
raramente na aldeia alguém a quem chamavam contrabandista. Lembro-me da
bombazine e das gorras, aqueles barretes sem pala, ajustados à cabeça das
crianças, com que nos protegíamos do sol e do frio e que só eles vendiam. Mal
sabia eu que um dia alguém me colocaria nas mãos um livro a versar sobre essa
economia clandestina que alimentava bocas de gente pobre, a viver de uma
agricultura rudimentar, que precisava de outros apoios e audácia para melhorar as
suas condições de vida.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Estou a falar do livro do meu colega
e amigo, José Dias Rodrigues, a quem devo algumas das primeiras lições de
Informática, que me iniciaram neste novo alfabeto a que muitos da minha idade
resistem, ficando agarrados à imprensa de Gutenberg.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Publicou ele “A raia de Alcoutim” em
setembro passado, numa homenagem à população da sua terra natal. E, como lhe
prometi, aqui deixo a minha apreciação ao seu trabalho.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">1 – Uma história<o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">O autor, que logo no início afirma
que não tem «qualquer pretensão de natureza literária», e quer apenas «contar
uma história», não é assim tão destituído de conhecimentos, pois a sequência
das páginas revela uma real ordenação de acontecimentos, uma descrição mínima
de personagens e uma exaustiva abordagem dos ambientes e fainas agrícolas que
leva o leitor a agarrar-se a esta história. Curiosamente, é ele que diz que «os
relatos não são totalmente verdadeiros, mas também não são completamente
falsos». Sim, é esta verossimilhança dos factos que nos prende e leva a
imaginar que de acontecimentos reais se trata. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">A nível literário, pensando nas
técnicas da narração, quero ainda realçar estes pormenores: - logo no início,
surge um facto inesperado – o ribombar de tiros, que nos prende pelo sofrimento
das personagens e nos faz perguntar como é que eles agora vão resolver o
problema; - depois, é <u>a intriga</u> que acompanha todas as páginas até ao
fim do livro – quem te roubou o café? – foi o amante da Rosa? – quem será o
amante da Rosa? - e mesmo nas últimas páginas ainda o problema não tem
resolução definitiva, ficam dúvidas… <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Finalmente, a nível literário, de vez
em quando surgem imagens de fino recorte, como ver os homens a «deslizar como
cobras ao longo do trilho irregular» (pág. 13) ou «ao ver a farda à sua frente,
a adrenalina irrigou-lhe o corpo todo, como se uma injecção lhe tivesse sido
aplicada…» (pág.25) ou ainda outra expressão: «José Cachopa <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ficou capaz de vida não ter!</i> A sua
cabeça cedeu como se uma onda gigante lhe tivesse rebentado dentro… (pág.170).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">2 – O conteúdo<o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">O autor, com a sua história, fixa-se
especialmente naqueles 14 km da “raia de Alcoutim”, aquela linha imaginária ao
longo do rio Guadiana, alongada para muito território espanhol, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>por onde circula a vida de muita gente a viver
do campo e com os mais corajosos a aproveitar-se da proximidade do território
espanhol para reduzir a sua penúria através do contrabando, uma atividade
perigosa por ser ilegal, não ter regras e deixar o indivíduo à mercê de um
tiro, de uma prisão prolongada, dos imprevistos do negócio ou mesmo de uma
traição. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">O contrabando não enriquecia ninguém,
mas ajudou alguns a viver melhor, situando-se entre os anos 30 e a década de 60
do século passado. Nos anos 60, outros fenómenos mais gerais alteraram a vida
de muitos portugueses. O autor refere-se à emigração para fora (França/Alemanha<span style="text-transform: uppercase;">)</span> e mesmo para dentro de Portugal - os grandes
centros urbanos e industriais - e ainda a guerra do Ultramar. Daí o subtítulo
do seu livro: “Contrabando, emigração e outras narrativas”.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Esta realidade sociológica vai
aparecendo ao longo das páginas através das duas personagens principais, o José
Cachopa e o Manuel Roberto, um a viver do lado de cá e o segundo, depois do
contrabando, a fixar-se no território espanhol, como agricultor a tomar conta
de uma “finca”, já que a guerra de Espanha (1936-39) despovoara os campos na
sua sanha militar de destruição, por morte de muitos e por fuga de outros que
se sentiam perseguidos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Ao longo das páginas, vamos
assistindo às peripécias da vida destes dois amigos, que até se ajudam nas
caminhadas com cinco ou seis homens que o José Cachopa leva consigo, carregando
cada um 30 kg de café e deslocando-se para a Espanha numa distância de 30 km,
onde o amigo o apoia e facilita os contactos. Mais tarde, os dois embarcam na
aventura da emigração, vendo-os a trabalhar em fábricas na Alemanha por uns
anos e regressando mais tarde para o seu Alcoutim, com um pecúlio que os ajuda
a viver melhor os seus dias.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">O autor contextualiza o desenrolar
desta história local com a referência às circunstâncias políticas de Portugal,
Espanha e Europa que também se vão alterando e provocando mudanças na vida das
pessoas. A guerra civil de Espanha, a guerra no Ultramar português, o Maio de
68, tudo influenciou as mentalidades e os projetos pessoais. Achei curiosa a
referência à tendência de os alcoutinenses irem para a Marinha ou a Guarda
Fiscal, como maneira de fugirem à mobilização para a guerra nas colónias.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">3 – Considerações especiais<o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;">- Regionalismos:</span></b><span style="line-height: 107%;"> relevo em primeiro lugar o uso de uma linguagem regionalista, só
acessível a quem a usou por muitos anos, o que enriquece a verdade da história.
É o vocabulário técnico do dia a dia, em itálico ou em nota de rodapé, que
muita graça confere ao texto.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;">- Riqueza toponímica:</span></b><span style="line-height: 107%;"> o autor esforça-se por dar nome a cada palmo de terra, quer em Portugal
quer em Espanha, como quem conhece bem o terreno. Enumera os treze postos da
Guarda Fiscal na região com 92 homens, cada um com guarnições diferentes, dá
nome próprio às empresas da região e até à <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Famel,
</i>a motorizada que o tocador do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">fole</i>
(concertina) usava para animar os bailes. Percorre as muitas “fincas” de
Espanha por onde se espalharam portugueses com nome próprio. Já não é assim tão
pormenorizado quando envia os seus personagens para a Alemanha, de onde ficamos
com poucas referências.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;">- Realismo nas descrições</span></b><span style="line-height: 107%;">: tenho que dizer que me impressionou o pormenor com que o
autor descreve a habitação do casal que vai viver numa “finca” em Espanha,
Tariquejo, ou como ele conhece bem estes negócios escuros, sem leis, as manhas
dos recetadores, dando-se ao trabalho de fazer todas as contas no deve/haver do
café, dos quilos de amêndoa, bombazine e alpercatas que trazem de volta e no pagamento
aos voluntários que auxiliaram o contrabandista. É até hilariante a descrição
dos passos para preencher os impressos dos candidatos à emigração legal para a
Alemanha. Como também é com bonomia que o trabalho na fábrica da Alemanha é
tratado como «uma brincadeira de gaiatos»!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">E já me alonguei em considerações.
Deixo os parabéns ao autor e o estímulo para continuar a valorizar a sua terra,
os Balurcos, a que me ligam amizades inesquecíveis. Vou recrear-me um dia
destes com a leitura de outro livro do José Dias Rodrigues - <u>Ecos do passado
em Balurcos</u>”(2019), outra produção escrita a valorizar a memória da sua
terra e do seu concelho.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">António Henriques </span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></i></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-48325014169082556472021-02-04T18:48:00.000+00:002021-02-04T18:48:19.277+00:00O comboio pequenino<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJzO8wF8PbHTcoNMnNqlQvd4T81PKLClL-a4MKqChChKCGRjl8IdWMtFlzcZYpkeX-EeJhBqwEYdbTUhI0TV1Kkp8wD0gboHnG9nte1K7ihumXMSMLL6gKkJu1VVn8awbOAw3_TAQRWOY/s233/Ar%25C3%25A1bia1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="233" data-original-width="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJzO8wF8PbHTcoNMnNqlQvd4T81PKLClL-a4MKqChChKCGRjl8IdWMtFlzcZYpkeX-EeJhBqwEYdbTUhI0TV1Kkp8wD0gboHnG9nte1K7ihumXMSMLL6gKkJu1VVn8awbOAw3_TAQRWOY/s0/Ar%25C3%25A1bia1.jpg" /></a></div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Há poucos dias, fez anos o Aníbal Henriques, meu primo
direito… Este nome está a puxar pela minha memória. É que muitas coisas
aconteceram na vida dos dois que não esquecem de todo. Outras desaparecem no
turbilhão do armazenamento mental, ou porque se trocaram as caixas ou porque
estavam muito cheias e começaram a deitar fora. Na minha idade, acontece!</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Os nossos pais nasceram na Ribeira do Vale da Ursa, ali
perto dos Cunqueiros e Isna de Oleiros, para vocês localizarem, em plena zona
do Pinhal beirão.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Da aldeia tenho poucas memórias, mas ainda me lembro das
camadas de neve que enregelavam os pés. Dizia o meu pai: - “vem atrás de mim e
põe os teus pés nas pegadas dos meus para andares melhor…” Mesmo assim, com
dificuldade eu enterrava as botas naqueles buracos fundos que meu pai deixava e
lá ia caminhando. Eram uns bons quilómetros. Outra recordação é o vinho
morangueiro, das uvas americanas (assim se dizia) de pele rija que sempre
alegravam os dias… A agricultura era difícil, só com encostas de sobe e desce,
embora nunca faltasse a água. Bem diferente era o meu Ripanso, de terras mais
planas e férteis. </span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">De lá saíram os nossos pais quando a tropa os chamou. Meu
pai aprendeu, entretanto, o ofício de carpinteiro casando para o Ripanso e meu
tio, depois da tropa, foi servir o país na GNR, arrastando a esposa da mesma
aldeia e indo morar para a Sertã.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Assim, nas férias, por mais de uma vez, pude ir gozar uns
dias à Sertã, no tempo em que o quartel da GNR era na Alameda da Carvalha, um
antigo convento hoje transformado em hotel. Uns anos mais tarde, aconteceu o
mesmo em Santarém, para onde se mudam os pais do Aníbal. Convidam-me para ir
até à Scalabis, onde pela primeira vez pude passear pelas Portas do Sol,
admirar o gótico da Graça e espraiar os olhos pelas maravilhas do rio Tejo e da
lezíria.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Hoje, pelo telefone, disse ao Aníbal que ele era um gaiato ao
pé de mim, nos seus 67 anos. Mais gaiato era quando se batizou e arranjou como
padrinho o meu pai. Nasceu assim outro Aníbal. Mais uma razão para maiores
aproximações. E padrinho que se preze não esquece o afilhado. Talvez como
agradecimento pelas atenções que os seus pais tiveram comigo, quando o Aníbal
fez o 2.º ano liceal, meu pai convidou-o para ir passar uns dias ao Estoril,
para onde tinha ido viver este carpinteiro que passou a chamar-se Mestre Aníbal,
em terras de progresso e de turismo.</span><span style="font-size: 14pt;"> </span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">E agora começa a aparecer o tal comboio do título.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Como é que o Aníbal vai da Sertã para o Estoril? Trabalhava
eu no Colégio de S.to António em Portalegre e já tinha comprado uma Vespa de 250cm,
para verem aquela potência! E estávamos em julho de 1966.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Passo pela Sertã, pego no embrulho da roupa e no gaiato e
ala para Lisboa por essas estradas fora (se calhar nem a palavra autoestrada
existia!). Em Alpiarça, foi a primeira e única paragem para almoçar. Mas
soubemos escolher um restaurante em que pudéssemos ver na TV o memorável jogo
do Mundial de Futebol 66 – o Portugal-Coreia do Norte – 5 a 3.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">O primo Aníbal, encantado com a viagem de moto por terras
desconhecidas, deliciou-se com o bife com batatas fritas (pois então, o que
havia de ser?!) e esperámos pelo jogo. Ora bolas, meia hora depois já Portugal
perdia por 3-0… E quem aguenta o Aníbal? Cheio de nervoso miudinho, diz:
“Primo, vamos embora, não quero ver mais!” O Tonho, mais calmo, insiste para
esperar um bocadinho, que o Eusébio ainda pode mexer com o resultado. E mexeu
mesmo. Mal chegou o 3-1, o Aníbal volta a olhar para o jogo, que aos 90 minutos
terminou nos memoráveis 5 a 3.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Saímos de Alpiarça cheios de alegria e capazes de galgar
seca e meca, por vias e terras desconhecidas, que era a primeira vez que eu
usava a minha carta de moto por aquelas paragens, mesmo em Lisboa. Carta de
moto que me deixou mal em Évora, pois tive de repetir o exame por não saber
fazer oitos e o pneu ter batido no lancil da estrada (também tive de chumbar
uma vez na vida, para ser igual aos outros, não é?)…</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Ao chegar a Lisboa, eu já tinha magicado como iria
ultrapassar aquela grande cidade. Desviava de Sacavém para Moscavide e enfiava
pela rua junto do rio, sem nunca me perder dentro do labirinto citadino. </span></div></span><div style="text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMnZi7_5ggxja3yyt5BHNcyA6HAdhISFcDw-OPgFlo8Gch5VFoBrWaV2cre89Fg6-0cXa1QyLW4uBMb6sYlv6iLPea7WScI8_TQJlTR1ozsOi35ziVUNeXj6nWgTY8l9Jr8SLap0Q6HYk/s624/El%25C3%25A9trico.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; font-family: arial; font-size: 14pt; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="624" data-original-width="507" height="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMnZi7_5ggxja3yyt5BHNcyA6HAdhISFcDw-OPgFlo8Gch5VFoBrWaV2cre89Fg6-0cXa1QyLW4uBMb6sYlv6iLPea7WScI8_TQJlTR1ozsOi35ziVUNeXj6nWgTY8l9Jr8SLap0Q6HYk/w235-h289/El%25C3%25A9trico.jpg" width="235" /></a></div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">E assim foi: ia explicando ao Aníbal as poucas coisas que
eu já tinha visto na capital, passámos pelo Terreiro do Paço, Cais do Sodré,
Alcântara, sempre em frente e havemos de chegar ao Estoril.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Às tantas, grita o Aníbal: “Primo, olhe aquele comboio
pequenino”… Eu olhei para o do Cais do Sodré, mas esse já ele conhecia. O que
era novidade era o elétrico de Belém. E à falta de outro nome, vá de chamar-lhe
comboio! Uns dias mais tarde, ainda andámos nele pelas ruas de Lisboa. Agora, é
quase só para turistas, se o Covid deixar!</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Nunca mais esqueci este acontecimento, que terá sido muito
especial para não desaparecer da memória, quando nós sabemos que ela começa a
transbordar e a selecionar o que lá fica encaixado.</span></div></span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Estive a reviver, que quer dizer “voltar a viver”. E neste
presente estéril que o Covid provoca, talvez seja a melhor maneira de sentir o
prazer dos dias.</span></div></span><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">António Henriques</span></p><p></p><p style="text-align: justify;">
</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-7390378946496561932020-12-31T12:00:00.001+00:002020-12-31T12:00:05.014+00:00Votos de Ano Novo<p><span style="font-family: verdana; text-align: justify;">E chegamos ao fim deste ano tão especial.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilECHhzZ6CTqDwjvIyQLYunDGkE-oS3ErpbmAIS3fYj3jbM1qYiMSkijYcYhz1W0bnT97TsrzZCuL9vk7cE58Np3P69GJNvTxC5V7nPMGrvEzaOrL7BjVkG7Sid5IZhPuWFr-vSTRRnLs/s1028/cargaleiro++cruz0.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="745" data-original-width="1028" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilECHhzZ6CTqDwjvIyQLYunDGkE-oS3ErpbmAIS3fYj3jbM1qYiMSkijYcYhz1W0bnT97TsrzZCuL9vk7cE58Np3P69GJNvTxC5V7nPMGrvEzaOrL7BjVkG7Sid5IZhPuWFr-vSTRRnLs/s320/cargaleiro++cruz0.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Até agora,
nenhum dos que vivi se aparenta com este. É verdade que todos os anos nos
trazem sombras e luzes, saúde e doença, alegrias e tristezas, sucessos e
fracassos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Mas nenhum
ano nos tinha afastado assim de todos os amigos, de todos os familiares, de
todos os vizinhos, como se cada um de nós fosse inimigo ou fosse traído por
qualquer um deles.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Duros foram
os dias em que me obriguei a ficar em casa para não me infetar do tal vírus.
Dolorosos foram os momentos em que disse "não" a todos os encontros,
mesmo quando havia gente a suspirar por um olhar e uma palavra amiga. Só o
telefone ou o vídeo me restava para um pouco de calor humano.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Mas nem tudo
podemos dizer que foi negativo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">- No meio da
dor e do sofrimento de muitos, estou saudável!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">- Nas crises
de medo, continuo intimamente confiante!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">- No meio do
desemprego e da fome, não me faltou o pão de cada dia!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">- Num ano de
tantos desastres, mantenho-me em segurança.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">- Num ano de
tantas mortes, estou vivo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">GRAÇAS A
DEUS, continuo a viver com alegria e a apreciar as belezas deste universo tão
rico e a sentir-me unido a esta humanidade tão ansiosa por paz, pão, amor e
união.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br />A todos os
que me leem desejo um ANO NOVO DE 2021 cheio de saúde, bem estar pessoal e
comunitário. E que Portugal trilhe caminhos luminosos a bem de todos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">As cores
fortes de Manuel Cargaleiro nestes azulejos da capela da Misericórdia, na
paróquia de S. Tomás de Aquino, em Lisboa, nos encham a vida de coragem e
força, para nos sentirmos cada vez mais livres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Pela cruz à
LUZ!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: verdana;">António
Henriques</span></i></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXqvcbV4a_ZkReMrbPyMMDW9oZD131Ry6xYy6fm_pRNDfgEwfjtLXt8P58aayJtSHwiECkh-T6S5TZe7jAj6vORSWQPZYZ9Gumxfn9l-eu8_cUa3j2Fzcky4dMHwvrCyHdDjarNqt2YPA/s1131/cargaleiro+-+cruz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="915" data-original-width="1131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXqvcbV4a_ZkReMrbPyMMDW9oZD131Ry6xYy6fm_pRNDfgEwfjtLXt8P58aayJtSHwiECkh-T6S5TZe7jAj6vORSWQPZYZ9Gumxfn9l-eu8_cUa3j2Fzcky4dMHwvrCyHdDjarNqt2YPA/s16000/cargaleiro+-+cruz.jpg" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p></o:p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-41676106287643329512020-11-19T21:25:00.002+00:002020-11-19T21:25:48.753+00:00A vida mentirosa dos adultos<p><span style="font-size: large;"> Novo livro de Elena Ferrante</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsJLZ3C41yMD0kqX3mZLDirTTC8kpItgZZ-Ub0dVYO4fVL1-CfWU3sLR2HE774B0eFUW9Tqs8CQZjrZ8BA0J4QT-42v_xx8aesV7woXBgkgW95iRQ0i6ElVDPhUj_00zPUvx6UQNSnxwM/s609/Elena+Ferrante.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="609" data-original-width="400" height="353" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsJLZ3C41yMD0kqX3mZLDirTTC8kpItgZZ-Ub0dVYO4fVL1-CfWU3sLR2HE774B0eFUW9Tqs8CQZjrZ8BA0J4QT-42v_xx8aesV7woXBgkgW95iRQ0i6ElVDPhUj_00zPUvx6UQNSnxwM/w231-h353/Elena+Ferrante.jpg" width="231" /></a></span></div><span style="font-size: large;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Desta vez, após ter lido elogios à
riqueza literária de Elena Ferrante, decidi-me ir atrás das modas e adquirir “A
vida mentirosa dos adultos”, uma novidade desta autora, que há vinte anos tem
entusiasmado leitores e críticos com a sua escrita desenvolta a perscrutar o
íntimo das suas personagens, preferentemente mulheres.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Sinceramente, este romance ocupou-me
com agrado durante este mês de pandemia, em que a casa passou a ser o único lugar
para todos os devaneios. As suas 300 páginas foram lidas quase à pressa, tal
não era o gosto e a vontade de ver como se iriam desenvolver os dias desta
adolescente napolitana, Giovanna, que corporiza o centro da ação como narradora
participante a viver uma história cheia de ligações frágeis a outras
personagens, também elas carregadas de vivências pessoais que enriquecem
sobremaneira estas páginas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Elena Ferrante é um pseudónimo de
mulher ou homem italiano, de Nápoles, que ninguém conhece verdadeiramente, mas
que desde 1991 tem produzido obras de ficção cheias de histórias que parecem
reais. Em entrevistas escritas, a autora defende o seu anonimato como um meio
para usufruir de inteira liberdade criativa e não fazer autocensura, escrevendo
sem constrangimento pessoal as vivências mais íntimas ou mais cruas das
personagens.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;">Em resumo</span></b><span style="line-height: 107%;">,
para não retirar novidade aos futuros leitores, a história acompanha a passagem
de Giovanna - a protagonista - da adolescência para a vida adulta. Ao escutar os
pais sem o conhecimento destes, ouve dizer que ela está a ficar feia como uma
tia não falada em casa. Isto perturba-a a ponto de começar a olhar mais para o
espelho e a querer saber da tal tia Vitória.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">As amigas e o ambiente tranquilo da
infância deixam de contar e surge a descoberta de um mundo novo com outras
figuras do mundo suburbano, pobre e industrial de Nápoles, onde mora a tal tia
Vitória, renegada pelo pai e que fora apagada das fotos de família (classe média-alta
de professores). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Abre-se à protagonista um mundo diferente,
de relações promíscuas, pouco recomendáveis, mas acompanhadas de sentimentos
humanos profundos. E ouve outras histórias que a levam a olhar para os pais com
desapontamento, pois eles não eram assim tão puros e perfeitos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Surgem assim experiências confusas,
onde se debatem os comportamentos numa tensão entre o bom ou o mau, permitido
ou inconveniente na sociedade, igual aos outros ou diferente. Descobre-se que a
mentira mascara muitas vidas, o que leva a protagonista a buscar a sua verdade,
usando também a mentira, tentando experimentar novas relações para construir a
sua personalidade. Mas, no meio destas descobertas, há um desmoronar de
convicções que levam ao desapontamento.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Que comentários posso fazer?<o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">- Já li e aceito que nesta obra
domina o mundo feminino, em que a mulher se mostra forte, corta a direito,
rompe relações e domina os ambientes. Mas também se nota entre elas a
concorrência, a luta, o domínio, o ciúme, ou a amizade e a colaboração
desinteressada. E até sentimos a história envolvida em elementos físicos
mágicos, como sejam certos espaços de encontro, as casas, as roupas, e ainda
uma pulseira, capaz de exalar beleza e arrastar maldição para a sua utente.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">- As personagens surgem tão reais que
nos cativam a atenção, ora pela nobreza ora pela vileza de caráter, ora porque
são solidárias ou porque se enchem de ódio, egoísmo, ciúmes; ao fim e ao cabo,
todos estão manchados!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">- O fim da adolescência é mesmo
tormentoso. O carinho dos pais já não enche o coração da filha, pois ela
descobre falsidades, vida tortuosa nos seus adultos e começa a isolar-se, a
autonomizar-se, assumindo posturas imprevisíveis, desde o desleixo pessoal ao
desprezo pela escola ou mesmo vida sem regras, em busca de um ideal de mulher
muito pessoal.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">- Atenção: cada página é uma mistura
de narração, descrição e diálogo interior em que Giovanna se discute a si mesma
de uma forma perfeita. Admiramos o texto, mas temos de ver a criatividade da
autora por detrás de cada palavra, que uma adolescente não consegue falar e escrever
assim…<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">- Esta “história” está marcada de
atualidade. Casais que se descasam e continuam amigos uns dos outros, mulheres
que acham normal que o amor que sentem por um homem casado é razão para o
tirarem à vizinha, mas que, após a morte do homem, são capazes de se juntarem
as duas para tratar dos filhos de uma…<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">- Finalmente, a protagonista vai-se
desprendendo de pessoas, da família, dos amigos e de espaços e, no final, até
da cidade se desprende. À procura de uma libertação? É o que todos queremos!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">Últimas palavras do livro: «… prometemos
uma à outra tornarmo-nos adultas como nunca acontecera com nenhuma».<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-size: medium;">António Henriques</span></span><o:p></o:p></b></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-68568096916059776862020-11-12T23:54:00.003+00:002020-11-12T23:55:40.660+00:00As flores da minha rua<p><span style="font-family: verdana;"> <span face="Roboto, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">Estamos em confinamento, não é?</span></span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: verdana; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Pois, no meio de todo o sofrimento que este estado de coisas nos provoca, eu sinto-me um privilegiado. Tenho uma casa grande e um quintal, onde me posso distrair com alguma liberdade. Durante uns meses, caminhava em casa e no quintal para fazer os meus 2km. Depois, escolhemos uma zona do Seixal, muito reservada, onde nos distraíamos com o ambiente, as águas, as belezas circundantes. Mas começámos a ver que mais gente começava a usar aquela plataforma para mudar de ambiente.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: verdana; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Com o crescer de regras para o confinamento, sobretudo o distanciamento social, eu resolvi aproveitar as duas ruas do bairro onde vivemos para fazer as minhas caminhadas. O silêncio raramente é perturbado; apenas os melros se ouvem. Movimento de carros, vejo um ou dois durante aquela meia hora. Pessoas, também muito raramente me cruzo com alguém...</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: verdana; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Assim, comecei a olhar para as casas, as ruas, os gatos e a natureza circundante, flores e árvores. Às vezes, até dá para rezar o terço... Hoje, peguei no telemóvel e fui captando fotos das flores mais significativas. Nada de especial, é verdade, mas o suficiente para me distrair. </span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: verdana; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Se quiserem, vejam. É o melhor que posso trazer para sacudir o vazio do nosso blogue.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: verdana; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><em style="box-sizing: border-box;"><strong style="box-sizing: border-box;">António Henriques</strong></em></span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Roboto, sans-serif; margin: 0px 0px 1em; outline: none; padding: 0px;"><span style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-size: 14pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><em style="box-sizing: border-box;"></em></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><em style="box-sizing: border-box;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/xpFLw1vpkIY" width="320" youtube-src-id="xpFLw1vpkIY"></iframe></em></div><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-28341436750464494532020-10-25T00:07:00.002+01:002020-10-25T00:46:59.170+01:00Visita aos dinossauros<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF7onMAXU_azgZ6ybOuqc61yX8OdKu2RgEizSCseWP86U-Aq5I8pTA4BHgFHsMyh3Y6htPqI07sYlPr9l6Xd2ZSQ76oOzIrFx0YPcFSov9V3LcLGTgPyq4T4Oae9lAHW8V2vBxS1OaY7A/s2048/IMG_20201009_122812.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF7onMAXU_azgZ6ybOuqc61yX8OdKu2RgEizSCseWP86U-Aq5I8pTA4BHgFHsMyh3Y6htPqI07sYlPr9l6Xd2ZSQ76oOzIrFx0YPcFSov9V3LcLGTgPyq4T4Oae9lAHW8V2vBxS1OaY7A/w400-h300/IMG_20201009_122812.jpg" width="400" /></a></div><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt; text-align: justify;"><p><span style="font-size: 12pt;">Apresento-vos hoje mais um vídeo da nossa escapada de poucos dias pela zona do Oeste, em que, por imperativos da pandemia, privilegiámos a visita dos ambientes menos povoados. </span></p></span><p></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;">É o caso do DinoParque, perto da Lourinhã, onde num dia de semana não havia mais de 20 pessoas durante as horas em que por lá nos fomos distraindo. </span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;">Este é um empreendimento de vulto, que nos faz olhar com espanto para aqueles 180 modelos em tamanho real, onde a variedade e grandiosidade das figuras não são nada iguais ao que no Museu da Lourinhã já tínhamos visto. Soubemos que só na Alemanha é que há outro igual ou maior.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;">Passeando por aquele pinhal sem fim, pudemos visitar períodos da terra muito antigos, com nomes esquisitos e sobretudo com uma povoação de seres que até metem medo! É a variedade, é o volume de alguns bichos, são as formas mais esquisitas, são ainda as cores abundantes daqueles dinossauros, muitos motivos que nos distraem e até nos fazem esquecer a horrível pandemia que nos tolhe os movimentos.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;">As crianças devem passar ali belos momentos. E nós também podemos ser crianças!</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;">Também podemos visitar lá uma zona de trabalho sobre fósseis, almoçar sem riscos num espaço coberto e passar naturalmente pela zona dos "recuerdos". </span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;">Ofereço-vos umas cinco dezenas de fotos para uma visita virtual. Acho que vale a pena!</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;"><em><strong>António Henriques</strong></em></span></p><p style="text-align: justify;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;"><em></em></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span face="verdana, geneva, sans-serif" style="font-size: 12pt;"><em><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/CyU6r8N0FA0" width="320" youtube-src-id="CyU6r8N0FA0"></iframe></em></span></div><p></p><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8867650195080365423.post-4183212543706525312020-10-20T18:00:00.004+01:002020-10-20T18:23:22.029+01:00As couves da Consolação<p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Neste apontamento, começo por dizer que não estou à procura de novo ofício, que nem sequer me ficava bem com a idade que tenho. Também não ando a disputar as fotos dos trabalhos agrícolas de que o meu amigo António Colaço já é especialista, aliando campo, arte e imaginação para quase diariamente nos dizer que existe.</span></span></div><span style="font-size: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBJiRAYiPhl69k1u21bRSwSHUDwFfzJA9q96uTrWsIZr9z13n4CFRsyjMJiJYK2KqHF9h-eDBwSaM__okslwbx00zyXR2YB9-gfkVnDke6R0_e6lbaW03yhLH6stC6JHuSr8BxpVSGLU4/s2048/15.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1697" data-original-width="2048" height="331" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBJiRAYiPhl69k1u21bRSwSHUDwFfzJA9q96uTrWsIZr9z13n4CFRsyjMJiJYK2KqHF9h-eDBwSaM__okslwbx00zyXR2YB9-gfkVnDke6R0_e6lbaW03yhLH6stC6JHuSr8BxpVSGLU4/w400-h331/15.jpg" width="400" /></a></div></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;">A primeira realidade que constato é a pressão que sobre nós exerce a pandemia vírica. Andamos todos a fugir uns dos outros, com medo de pegar o bicho (que não é bicho!) ou ser apanhado por ele. Então, até o foco das nossas caminhadas ou viagens tem de desviar-se para outro lado. A natureza aí está para encher os nossos olhos, quer na forma de paisagem natural ou de terrenos cultivados pelo homem para deles extrair o sustento.</span></span></p>
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;">Aconteceu este ano nos poucos dias em que frequentámos a praia da Consolação em Peniche. Deixei-me tocar pelas imagens do campo em redor. E fui registando cambiantes em fotos que hoje trago para vosso leitura.</span></span></p>
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;">Fujo, para já, a questões importantes como é o caso de se tratar de agricultura intensiva, contestada por muitos e de que eu não tenho conhecimento. Também não estou preparado para falar do tipo de adubos usados ou da quantidade de água que se gasta.</span></span></p>
<p class="sapomedia images" style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: 12pt;">O que me levou a fotografar foi simplesmente o gosto de olhar para aqueles campos em situações diversas de tratamento. Já os vi verdejantes com outras culturas, curgetes nomeadamente, mas este ano eram as couves que mais ocupavam os espaços. E dei por mim a pensar nos muitos trabalhos que estas explorações exigem. Lavrar, desterroar, alisar a terra, abrir leiras com medidas exatas para passar a máquina que </span>automaticamente<span style="font-size: 12pt;"> deixa cair e enterra os pequenos rebentos de couve dois a dois, distribuir pelo campo um sistema de rega que sacie a sede daquelas couvinhas, ora por aspersão ora por gotejamento, é um trabalho contínuo e muito esforçado.</span></span></p>
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;">As fotos que apresento acompanham o estado dos campos na sequência dos trabalhos agrícolas até à maturação final, com estes legumes prontos para chegar à nossa casa. São as máquinas e é o trabalho braçal, continuado por uma organização social adequada, pois estes produtos seguem para uma empresa (muito conhecida é no local a "Horta Pronta") que os prepara para embalamento e distribuição pelo diversos mercados. Não tirei foto, mas passámos por um local onde estavam expostas muitas centenas de abóboras que pacientemente foram retiradas da terra para serem vendidas. E também comprámos algumas por pouco dinheiro!</span></span></p>
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: helvetica;">Vejam bem o que eu ando a ver! Vejam também vós estas fotos em ecrã inteiro.</span></span></p>
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><em><strong><span style="font-family: helvetica;">António Henriques </span></strong></em></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><em><strong></strong></em></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: 12pt;"><em><strong><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/t0cOpYle0m0" width="320" youtube-src-id="t0cOpYle0m0"></iframe></strong></em></span></div><span style="font-size: 12pt;"><em><strong><br /><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></strong></em></span><p></p><p></p>António Henriqueshttp://www.blogger.com/profile/13372143009218355558noreply@blogger.com0