domingo, 25 de outubro de 2020

Visita aos dinossauros

 

Apresento-vos hoje mais um vídeo da nossa escapada de poucos dias pela zona do Oeste, em que, por imperativos da pandemia, privilegiámos a visita dos ambientes menos povoados. 

É o caso do DinoParque, perto da Lourinhã, onde num dia de semana não havia mais de 20 pessoas durante as horas em que por lá nos fomos distraindo. 

Este é um empreendimento de vulto, que nos faz olhar com espanto para aqueles 180 modelos em tamanho real, onde a variedade e grandiosidade das figuras não são nada iguais ao que no Museu da Lourinhã já tínhamos visto. Soubemos que só na Alemanha é que há outro igual ou maior.

Passeando por aquele pinhal sem fim, pudemos visitar períodos da terra muito antigos, com nomes esquisitos e sobretudo com uma povoação de seres que até metem medo! É a variedade, é o volume de alguns bichos, são as formas mais esquisitas, são ainda as cores abundantes daqueles dinossauros, muitos motivos que nos distraem e até nos fazem esquecer a horrível pandemia que nos tolhe os movimentos.

As crianças devem passar ali belos momentos. E nós também podemos ser crianças!

Também podemos visitar lá uma zona de trabalho sobre fósseis, almoçar sem riscos num espaço coberto e passar naturalmente pela zona dos "recuerdos". 

Ofereço-vos umas cinco dezenas de fotos para uma visita virtual. Acho que vale a pena!

António Henriques

terça-feira, 20 de outubro de 2020

As couves da Consolação

Neste apontamento, começo por dizer que não estou à procura de novo ofício, que nem sequer me ficava bem com a idade que tenho. Também não ando a disputar as fotos dos trabalhos agrícolas de que o meu amigo António Colaço já é especialista, aliando campo, arte e imaginação para quase diariamente nos dizer que existe.

A primeira realidade que constato é a pressão que sobre nós exerce a pandemia vírica. Andamos todos a fugir uns dos outros, com medo de pegar o bicho (que não é bicho!) ou ser apanhado por ele. Então, até o foco das nossas caminhadas ou viagens tem de desviar-se para outro lado. A natureza aí está para encher os nossos olhos, quer na forma de paisagem natural ou de terrenos cultivados pelo homem para deles extrair o sustento.

Aconteceu este ano nos poucos dias em que frequentámos a praia da Consolação em Peniche. Deixei-me tocar pelas imagens do campo em redor. E fui registando cambiantes em fotos que hoje trago para vosso leitura.

Fujo, para já, a questões importantes como é o caso de se tratar de agricultura intensiva, contestada por muitos e de que eu não tenho conhecimento. Também não estou preparado para falar do tipo de adubos usados ou da quantidade de água que se gasta.

O que me levou a fotografar foi simplesmente o gosto de olhar para aqueles campos em situações diversas de  tratamento. Já os vi verdejantes com outras culturas, curgetes nomeadamente, mas este ano eram as couves que mais ocupavam os espaços.  E dei por mim a pensar nos muitos trabalhos que estas explorações exigem. Lavrar, desterroar, alisar a terra, abrir leiras com medidas exatas para passar a máquina que automaticamente deixa cair e enterra os pequenos rebentos de couve dois a dois, distribuir pelo campo um sistema de rega que sacie a sede daquelas couvinhas, ora por aspersão ora por gotejamento, é um trabalho contínuo e muito esforçado.

As fotos que apresento acompanham o estado dos campos na sequência dos trabalhos agrícolas até à maturação final, com estes legumes prontos para chegar à nossa casa. São as máquinas e é o trabalho braçal, continuado por uma organização social adequada, pois estes produtos seguem para uma empresa (muito conhecida é no local a "Horta Pronta") que os prepara para embalamento e distribuição pelo diversos mercados. Não tirei foto, mas passámos por um local onde estavam expostas muitas centenas de abóboras que pacientemente foram retiradas da terra para serem vendidas. E também comprámos algumas por pouco dinheiro!

Vejam bem o que eu ando a ver! Vejam também vós estas fotos em ecrã inteiro.

António Henriques 



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Perto de Óbidos

 Alguns amigos já sabem que viemos passar uns dias no Oeste, mais propriamente no Cadaval, terra de agricultura verdejante e dinâmica, onde a fruticultura prepondera. A pera rocha e a maçã enchem os campos, todos bem tratados, com as culturas bem alinhadas e sujeitas a rega por gotejamento, que implica muito trabalho de início mas é eficaz e reduz o consumo de água. 

Temos andado por aqui a olhar para todos os verdes, alguns já a desmaiar nos locais onde dominam as vinhas. E até já experimentámos ir ao rabusco, colhendo saborosas maçãs vermelhas que ficaram na árvore por não terem o calibre desejado.

O Covid por aqui ainda não atingiu números alarmantes, o que muito nos agrada. Mas notamos que as pessoas estão a respeitar as regras profiláticas, o que mais nos deixa descansados.

Nós também fugimos de todos os ajuntamentos e temos escolhido ocupar as horas deambulando por lugares mais isolados. Ontem subimos ao alto da serra de Montejunto e na sexta-feira visitámos Óbidos.

Nesta "vila das rainhas", estivemos uma hora com poucos visitantes, em que pudemos beber a ginjinha em copo de chocolate e gastar mais algum dinheiro para ajudar o comércio, que continua a definhar. Simpatia não falta, como também se notam as muitas vendedeiras em conversa umas com as outras à porta, por falta de trabalho. As lojas, por dentro e por fora, estão muito bem decoradas e bem organizadas, talvez resultado do tempo que a pandemia lhes deu.

De Óbidos não digo mais, para além das fotos que aqui deixo. Todo o mundo conhece.


Mas fomos ainda, ali ao lado, visitar o Santuário do Senhor da Pedra, que apreciámos deveras. Aquele barroco rural impressiona ali no meio do campo. Uma igreja monumental, em hexágono por dentro e circular por fora, espaçosa, apresenta um púlpito que se alonga para o meio da assembleia longe das colunas. A foto explica.  

A história desta santuário reporta-se ao achado de uma pedra em forma de cruz com pequenos braços, que tem ao meio a imagem de um menino gravada na pedra. A lenda ligou logo esta cruz à proteção divina, e os crentes recorriam ao Senhor da Pedra pedindo ajuda para as colheitas, as doenças e até aos resgates em alto mar (!!!).

A construção data de meados do séc. XVIII (1747) e teve como grandes mecenas o 1.º Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José de Almeida, e o rei D. João V, ele próprio "mui devoto do Senhor da Pedra". Saliente-se ainda a riqueza da talha dourada e policromada, as imagens em madeira e as muitas telas no interior da igreja. E, ali ao lado, podemos ainda admirar um chafariz "rocaille" da mesma época.

Vale a pena uma visita. E deixem um donativo para a manutenção do templo...

António Henriques