Temos andado por aqui a olhar para todos os verdes, alguns já a desmaiar nos locais onde dominam as vinhas. E até já experimentámos ir ao rabusco, colhendo saborosas maçãs vermelhas que ficaram na árvore por não terem o calibre desejado.
O Covid por aqui ainda não atingiu números alarmantes, o que muito nos agrada. Mas notamos que as pessoas estão a respeitar as regras profiláticas, o que mais nos deixa descansados.
Nós também fugimos de todos os ajuntamentos e temos escolhido ocupar as horas deambulando por lugares mais isolados. Ontem subimos ao alto da serra de Montejunto e na sexta-feira visitámos Óbidos.
Nesta "vila das rainhas", estivemos uma hora com poucos visitantes, em que pudemos beber a ginjinha em copo de chocolate e gastar mais algum dinheiro para ajudar o comércio, que continua a definhar. Simpatia não falta, como também se notam as muitas vendedeiras em conversa umas com as outras à porta, por falta de trabalho. As lojas, por dentro e por fora, estão muito bem decoradas e bem organizadas, talvez resultado do tempo que a pandemia lhes deu.
De Óbidos não digo mais, para além das fotos que aqui deixo. Todo o mundo conhece.
A história desta santuário reporta-se ao achado de uma pedra em forma de cruz com pequenos braços, que tem ao meio a imagem de um menino gravada na pedra. A lenda ligou logo esta cruz à proteção divina, e os crentes recorriam ao Senhor da Pedra pedindo ajuda para as colheitas, as doenças e até aos resgates em alto mar (!!!).
A construção data de meados do séc. XVIII (1747) e teve como grandes mecenas o 1.º Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José de Almeida, e o rei D. João V, ele próprio "mui devoto do Senhor da Pedra". Saliente-se ainda a riqueza da talha dourada e policromada, as imagens em madeira e as muitas telas no interior da igreja. E, ali ao lado, podemos ainda admirar um chafariz "rocaille" da mesma época.
Vale a pena uma visita. E deixem um donativo para a manutenção do templo...
António Henriques
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