terça-feira, 20 de outubro de 2020

As couves da Consolação

Neste apontamento, começo por dizer que não estou à procura de novo ofício, que nem sequer me ficava bem com a idade que tenho. Também não ando a disputar as fotos dos trabalhos agrícolas de que o meu amigo António Colaço já é especialista, aliando campo, arte e imaginação para quase diariamente nos dizer que existe.

A primeira realidade que constato é a pressão que sobre nós exerce a pandemia vírica. Andamos todos a fugir uns dos outros, com medo de pegar o bicho (que não é bicho!) ou ser apanhado por ele. Então, até o foco das nossas caminhadas ou viagens tem de desviar-se para outro lado. A natureza aí está para encher os nossos olhos, quer na forma de paisagem natural ou de terrenos cultivados pelo homem para deles extrair o sustento.

Aconteceu este ano nos poucos dias em que frequentámos a praia da Consolação em Peniche. Deixei-me tocar pelas imagens do campo em redor. E fui registando cambiantes em fotos que hoje trago para vosso leitura.

Fujo, para já, a questões importantes como é o caso de se tratar de agricultura intensiva, contestada por muitos e de que eu não tenho conhecimento. Também não estou preparado para falar do tipo de adubos usados ou da quantidade de água que se gasta.

O que me levou a fotografar foi simplesmente o gosto de olhar para aqueles campos em situações diversas de  tratamento. Já os vi verdejantes com outras culturas, curgetes nomeadamente, mas este ano eram as couves que mais ocupavam os espaços.  E dei por mim a pensar nos muitos trabalhos que estas explorações exigem. Lavrar, desterroar, alisar a terra, abrir leiras com medidas exatas para passar a máquina que automaticamente deixa cair e enterra os pequenos rebentos de couve dois a dois, distribuir pelo campo um sistema de rega que sacie a sede daquelas couvinhas, ora por aspersão ora por gotejamento, é um trabalho contínuo e muito esforçado.

As fotos que apresento acompanham o estado dos campos na sequência dos trabalhos agrícolas até à maturação final, com estes legumes prontos para chegar à nossa casa. São as máquinas e é o trabalho braçal, continuado por uma organização social adequada, pois estes produtos seguem para uma empresa (muito conhecida é no local a "Horta Pronta") que os prepara para embalamento e distribuição pelo diversos mercados. Não tirei foto, mas passámos por um local onde estavam expostas muitas centenas de abóboras que pacientemente foram retiradas da terra para serem vendidas. E também comprámos algumas por pouco dinheiro!

Vejam bem o que eu ando a ver! Vejam também vós estas fotos em ecrã inteiro.

António Henriques 



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