AMORA AGRADECIDA
A paróquia de Amora despediu-se hoje do seu pároco, que aqui serviu nos últimos 16 anos. O P. Pedro Granzotto vai deixar muitas saudades e também levará muitas, como lhe disse hoje o Sr. Bispo.
Não lidei com ele de perto, mas nas muitas
vezes que nos aproximámos pelas mais variadas razões, ora institucionais ora
pessoais, sempre vi neste sacerdote um homem sereno, dedicado, marcado pela
missão de servir o melhor possível a comunidade religiosa de Amora.
Na hora da despedida, vem à mente a obra
maravilhosa que nos deixa.
Estou a pensar na nova Igreja, que custou a arrancar durante anos e só com ele se concretizou. Uma obra que com muita determinação ele foi erguendo, conseguindo cativar para a mesma os seus paroquianos. Ainda está a ser paga, mas sem ele a obra não se fazia.
Estou a pensar também na Igreja
viva que com ele se foi desenvolvendo. Curiosamente, é consolador ver
os 800 lugares da Igreja ocupados na missa dominical. Já nem falo da missa de
hoje, em que tudo o que era espaço foi ocupado por muitos bancos de plástico ou
por pessoas em pé. Lembro-me do tempo da sua construção, em que tinha ficado
reservada uma sala ao lado para servir de capela para as missas da semana, mas
que nunca serviu, pois a assistência era bastante para a missa se celebrar na
Igreja Nova.
A paróquia de Amora é servida pelos padres
da Congregação Scalabriniana, votada ao apoio dos migrantes. Por isso, a
substituir o P. Pedro Granzotto, tomou hoje posse outro scalabriniano, o P.
Geraldo, permanecendo connosco os outros três sacerdotes da equipa.
O P. Pedro, há 16 anos, chegou pobre e
agora sai pobre. Deixa toda a riqueza connosco. É um exemplo muito forte de
dedicação, que a nossa Igreja oferece ao mundo, mais um daqueles valores que me
prendem à comunidade cristã. Outro exemplo é o respeito que ele tinha por
todos, nutrindo o gosto de facilitar a vida a todos os grupos e etnias
existentes, que se manifestam com os seus particularismos em ocasiões
especiais.
Ao P. Pedro e ao P. Geraldo, os dois na
foto ao lado, desejo as maiores felicidades. E apelo a que olhem sempre para as
pessoas como dizia o Evangelho de hoje: ricos ou pobres, bons e maus,
merecedores ou culpados, todos cabem na Igreja de Deus.
António Henriques
- Texto pulicado no blogue "AnimusSemper" em