A minha pequena parte
Nos momentos de reflexão e oração que reservei nesta
terça-feira para estar com a comunidade da Amora, dei comigo a ultrapassar os
muros da Igreja e a lançar um olhar sobre o mundo em que vivemos.
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A força da união |
E senti-me enlevado com as tantas coisas boas que acontecem
diariamente, no momento em que escrevo e nos outros momentos todos que formam o
que chamamos passado. Um passado que não é bem passado, pois
deixou muitos vestígios de que hoje estamos a usufruir para a vida nos ser mais
leve, fácil e enriquecedora. É esta cadeia de operações humanas realizadas
pelos milhões de pessoas que nos antecederam que plasmaram o mundo e a vida
como ela é. Bem vistas as coisas, também sou hoje o que o espírito humano
sonhou e realizou ao longo da história, pelo que não me fica mal um sentimento
profundo de agradecimento e louvor pelas maravilhas alcançadas.
Eu próprio sei que sou fruto de muitos gestos puramente
gratuitos de todos os que me envolveram ao longo da vida. E porque fui sempre
um privilegiado, rodeado da amizade, da paciência, das dádivas mais
extraordinárias com que me brindaram, eu próprio acho normal fazer o bem, ser
bom, facilitar a vida aos outros, numa sucessão de gestos que se transmitem
instantaneamente, como ainda há dias se dizia de João Lobo Antunes, cujo
exemplo de solidariedade partilhada provocava uma mudança dos corações.
Ora, aqui está um “dia de todos os santos”. Aqueles que se
colocam nas peanhas da igreja são naturalmente exemplo de vida nalgum aspecto
particular. E também eles me inocularam algum bem, me tocaram e ajudaram a
olhar para a vida com mais optimismo. Alguns deixaram mesmo exemplos e palavras
inovadoras que fizeram avançar o espírito humano para longe dos estigmas da
barbárie.
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Quando o belo surpreende... |
Mas o nosso dia-a-dia está cheio de “santos”, iluminados pelo
Espírito Santo que ficou connosco, e que humildemente executam as mais humildes
e esquecidas tarefas para aliviar a dor, dar o pão, abrir o conhecimento,
alegrar a vida e fazer crescer a esperança.
Este também é o meu dia, o nosso dia, o dia daqueles que
continuam a fazer céu nesta terra, para além de todas as invejas, todas as
críticas, todas as contrariedades.
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E chega a primeiro plano... Bonito! |
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Sou hoje beneficiário do que o espírito humano
sonhou e realizou ao longo da história. |
Em boa hora criaste este blog.
ResponderEliminarEle permite-me,ler o que escreves e não adianta repetir, porque já te disse muitas vezes, o quanto aprecio e me identifico com a tua escrita.
Obrigada, por mais esta reflexão, que quiseste partilhar com os teus amigos.
Obrigada, por mais uma vez me fazeres pensar e olhar para dentro de mim mesma.
Todos temos muito que dizer, pois a nossa vida, a vida de todos tem muita riqueza ínsita ao longo dos anos que já experienciámos.
ResponderEliminarAdorei,és sempre genial... fico sem palavras. Obrigada por esta reflexão, neste dia em que todos pensamos mais nos mortos que nos vivos.
ResponderEliminarOs familiares são cá uns exagerados...
EliminarEsta era a obra prima que estava ainda por descobrir, pelo nosso colega e amigo António Henriques. Aqui está um bom exemplo a seguir...tem sabedoria a escrever, as palavras e frases estão cheias de beleza e de reflexão... sem darmos por isso já estamos a saborear a bela leitura que nos oferece e as imagens simples e naturais.
ResponderEliminarUm feliz dia de Todos os Santos. Bem hajam!
Outra exagerada, esta Luísa.Mas obrigado pelas tuas palavras, que me vão incentivar a puxar mais por mim.
EliminarE não é que, passado um ano, acho mesmo piada ao que eu escrevi? Escrever custa, mas dá um sabor tão íntimo!...
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