Tanta variedade!
Quando me ponho a olhar para tantas formas diversas de
viver, chego a ficar perturbado, sem saber realmente se as minhas opções de
vida são as mais correctas.
Há aqueles que fazem tudo a olhar para o lucro que possa
advir, há aqueles que se deixam orientar apenas por hedonismo (o prazer pelo
prazer), há aqueles que até são bons profissionais, mas que, para além da
profissão, nada mais lhes interessa. Conheço gente que se reforma e que, pura e
simplesmente, deixa de existir em termos sociais. Oxalá que ao menos não
desprezem a família!
Em termos familiares, quantas formas diversas de olhar para
esta instituição que, a meu ver, faz parte da nossa genética, por mais
invenções que se apresentem com o mesmo nome. Tenho constatado que, nos muitos
dislates que se proferem acerca deste valor-família, há qualquer coisa de ciúme
existencial com que se olha para aqueles que conseguiram uma fidelidade
conjugal harmoniosa, um sonho inatingível de que se diz mal porque não foram
capazes de levar até ao fim os seus desejos íntimos. E depois de um fracasso,
porque não, outro? E mais outro…
E depois lá vem a filosofia a dizer que se não vives como
pensas, depressa começarás a pensar como vives, isto é, a encontrar razões para
todos os disfarces de vida. Acomodam-se os valores de consciência ao modelo de vida que levamos, passando a ser valor aquilo que se pratica e não o que a consciência (ínsita em cada um de nós) nos dita. Poder, riqueza, posição social, prazer passam a ser os novos valores que guiam as pessoas, é o que se constata.
Mas eu tenho para mim que nascemos tão voltados para o outro que é
impossível ser feliz sem esta atitude fundamental. Os que se embrenham por teias de vida complicadas a ponto de perderem toda a moralidade também serão felizes?
Quem me ajuda a ver de outro
modo?
Sem comentários:
Enviar um comentário