segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

VIVA A FAMÍLIA




A Família em Festa


Pronto, estão acabando as festas. Foi o Natal, foi o Ano Novo e agora, embora sem a importância que os espanhóis lhe dão, ainda temos a festa dos Reis Magos. Estes ficam um bocado na penumbra, até porque nem um feriadito merecem. Salva-se, para esse dia, o bolo-rei e uns grãos de romã, a tal fruta imaginada como fruta real pela radiosa coroa que ostenta. E, para lhe tirar ainda mais importância, sucede que os velhos ficaram já sozinhos, pois os membros activos da família lá se foram para suas casas e seus empregos. Uns fazem dezenas de quilómetros, mas outros afastam-se uns bons milhares… E assim vamos vivendo, cada qual com seus objectivos!  
Estes dias de frio, neve e chuva, mesmo assim têm um sabor tão peculiar que ninguém se queixa dos contratempos meteorológicos. O que é preciso é estar junto da família, que nesta quadra se alarga um pouco, para além da família nuclear, e junta facilmente os avós, os tios, os primos, os cunhados… Também assim aconteceu connosco, embora sem o número desejado de familiares. Esperávamos juntar mais pessoas, mas, não sei se pela idade se por razões mais escondidas, faltaram-nos familiares que gostamos de ter connosco nestas festas.
O Natal é mesmo especial. Tanto trabalho na preparação da casa e das iguarias, tantas compras (este ano com menor atenção aos presentes mas ainda a exagerar…), tanta correria, tanta azáfama nas redes sociais, em que os postais de Boas Festas, depois de serem ultrapassados pelos telefonemas e mensagens, são agora dominados pelos “posts” do Facebook, Instagram ou Twiter, pelos emails, pelos SMS. E lá se vai o nosso tempo. Às tantas, para atender aos que estão longe e se lembram de nós, esquecemos os que estão perto a conviver connosco. Há que saber dosear!
De qualquer modo, e falo agora como velhote à espera dos filhos e noras, estes dias são mesmo muito desejados, muito vividos com o coração à flor da pele, a sorrir para a vida que nos dá estes momentos tão carinhosos, a gostar do que nos contam de lá longe onde vivem e, caso nos peçam, a dar também a nossa opinião. Tenho para mim que não é tempo de dar conselhos, é mais tempo de partilhar alegrias e algumas preocupações. Mas “vocês já são grandes e sabem como devem fazer”!
Olhem, estou a elogiar a força da Família, a falar dela como o ninho sempre quentinho e aconchegante onde estamos à vontade, onde somos verdadeiros, onde nos apresentamos sem pregas e até podemos ser corrigidos, que ninguém nos quer mal, só nos incentivamos uns aos outros a ser amigos e a ultrapassar obstáculos.
A todos os que me têm ajudado a gostar de viver, sem nomear ninguém para não falhar (!), dou graças a Deus por eles e peço que todos eles sintam também o mesmo gosto de viver. E, finalmente, aos que connosco privaram nestes dias e aparecem neste vídeo, digo um muito obrigado, com votos de um Ano Novo cheio de felicidade.

António Henriques


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