Este monumento nacional tem por detrás uma triste memória
de violência, atribuída na época aos Távoras, uma família nobre que não
se relacionava muito com o Marquês de Pombal, a quem consideravam um
nobre de segunda classe.
No início de tudo, houve naquele lugar
um atentado contra o rei D. José, que vinha de um serão com a amante,
filha dos Távoras e já casada. O rei ficou ferido num braço e logo se
atribuiu a culpa a esta família. O Marquês avançou com um processo que
culminou com a morte violentíssima de muitas pessoas da família dos
Távoras, do Duque de Aveiro, do conde de Atouguia, incluindo crianças e a
que se juntou o P. Malagrida, jesuíta, cuja ordem não era bem vista
pelo poder. Houve ainda o arresto de todos os bens destes nobres.
A execução da sentença ainda hoje é
rememorada por uma coluna erigida num beco junto aos Pastéis de Belém,
apelidado de Beco do Chão Salgado, por nesse lugar estar o palácio do
Duque de Aveiro, que foi destruído e o chão coberto de sal para nunca
ali poder medrar algo.
Por se ter "livrado" da morte, o rei manda erigir esta Igreja dois anos depois, num gesto de agradecimento a Deus.
A Igreja da Memória, também chamada “do
Livramento”, é uma arquitetura barroca, de linhas clássicas, mas com
formas curvas. Sobressaem os mármores nesta igreja. E o transepto (o
lugar onde se cruzam os dois braços da cruz latina) é encimado por um
conjunto harmonioso de zimbório, cúpula e lanternim lá no alto (uma foto
mostra bem estes elementos).
Também notámos que, em vez de colunas,
foram usadas pilastras para sustentar o edifício. Visível igualmente a
beleza dos varandins e do coro, com o dourado a brilhar.
É nesta Igreja que se encontra o mausoléu com os restos mortais do Marquês de Pombal desde 1923.
A Igreja é pequena, mas muito frequentada como centro de fé.
O resto mostram as imagens.
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