segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Visita ao Mosteiro da Madre de Deus

Não é uma questão de neura, pois a vida não me conduz para aí, graças a Deus.
Tecto em abóbada com caixotões pintados 
Foi um convite que nos surgiu pelo Facebook. Lembravam-nos que havia uma visita guiada ao mosteiro da Madre de Deus, ali para Xabregas, na manhã deste domingo.
Consultada a família, convidados uns amigos, lá nos inscrevemos. As sensações melhores vieram no final da visita. Como foi agradável passar uma manhã embrenhados em cultura, regalando os olhos e os ouvidos com quadros e histórias algumas bem conhecidas e outras nem tanto... Mas esta sensação de deixar o quotidiano, esquecer a casa e os gatos por umas horas, limpar a cabeça de preocupações, levanta o ânimo, descansa o espírito e carrega-nos de energia pacífica! Foi isto que ouvi também aos meus companheiros de viagem...
O mosteiro integra o Museu do Azulejo, já nosso conhecido e bem estudado há uns anos atrás, e os espaços dedicados mais às funções religiosas e de habitação das freiras franciscanas clarissas que o habitaram desde o séc. XVI. Pessoalmente, eu não conhecia estas dependências maravilhosas, que me encantaram.  Os claustros, de contornos manuelinos ou pós-manuelinos, são sóbrios, como é próprio dos espaços femininos das clarissas.
Mas nas outras dependências, a riqueza exibida não condiz com o rigor da Ordem Franciscana, sendo evidente o carinho que a realeza tinha por este património e ao qual dedicaram sempre muita atenção.
Sujeita a muitos trabalhos de restauração, sobretudo após o terramoto de 1755, notamos na Igreja notas do estilo gótico, do clássico (na capela-mor), mas é o barroco que mais impressiona, quer na profusão de talha dourada dos altares ou nos muitos quadros de pintura que ornam as paredes. Dá vontade de dizer que, se em Portugal o azulejo serviu para fazer as vezes das grandes tapeçarias e pinturas com que na Europa se forravam as paredes, ali ainda são as pinturas e a talha dourada que dominam, embora encontremos lá as paredes forradas com grandes painéis de tons azulados, típicos do séc. XVIII. E na pintura, fiquei preso ao quadro da Assunção e coroação da Virgem, que encima o arco que separa o corpo da igreja da Capela-mor, quase um Arco do Triunfo como em Paris, pintura esta do grande pintor Oliveira Bernardes, disse o guia.
Mais poderei dizer em dias seguintes. Por ora, recreiem-se com este pequeno vídeo, com música ao vivo!
António Henriques


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