sexta-feira, 7 de outubro de 2016

À ESPERA DA MORTE



Sempre achei muito significativa a expressão da minha mãe quando ia visitá-la no Lar de Telheiras. Avançando por aquelas lindas e acolhedoras instalações, ao procurar uma sala para conversarmos e sugerirmos os sofás da grande sala da TV, onde muitas utentes se sentavam, dizia a minha mãe:

- «Ali não! Elas estão à espera da morte...».

A Maria Dias preferia ir para as salas de trabalho, normalmente a mexer na roupa. E para estar connosco preferia uma salinha reservada.

Ora aqui está uma postura bem gostosa acerca da nossa relação com a vida. "Parar é morrer" lá diz o ditado... E muitas pessoas vão andando por aí à sorte, sem decidir como ocupar o tempo, ou, como me parece o mais usual, frequentar sempre os mesmos lugares, ver diariamente os mesmos programas de TV, sempre na postura daqueles romanos que andavam à procura da última novidade - quid novi? (o que há de novo?) - o que naturalmente cansa e não favorece o sentirmos a vida a correr nas nossas veias.

Há aqui um problema básico de solução difícil: cada um tem interesses diferentes e não nos satisfazemos com as soluções que os amigos arranjaram para viver gostosamente a sua vida. Cada um tem uma solução diferente, mas é difícil de encontrar. Confesso que, no meu caso, também andei por aí às moscas, sem saber bem o que me satisfazia, embora tenha sempre tentado caminhos novos.

Encontro-me agora num momento de fruição natural da vida, graças às ocupações que escolhi. E confesso que até a nível físico e fisiológico se nota esta melhoria. Outras pessoas que conheço passam pelo mesmo processo e é natural que muitos olhem para elas como pessoas realizadas. Que bom!

Ir para as «salas de trabalho», como fazia a minha mãe, agrada-me hoje sobremaneira. Daí que esta semana a frequentar um curso de Blogging foi mesmo especial, cheio de novidade. Poder corrigir pequenos defeitos que encontrava nos blogues que animo foi a consequência imediata. Que maravilha! Consegui...

5 comentários:

  1. É também essa vontade de irem para as "salas de trabalho",que sentimos em muitos alunos,nestes dias de matriculas na Unisseixal.

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  2. Daqui vai um abraço a quem quer melhorar conhecimentos e relações.

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  3. Ter um projecto ou alguma ocupação dá sentido e razão à vida. Já a minha avó materna dizia muitas vezes: se Deus me der mais uns anos de vida vou fazer ...
    Também percebo que a sensação de missão cumprida é pacificadora e faz com que haja uma maior aceitação das leis da Natureza.
    Don´t worry, be happy.

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  4. Obrigado, Jorge Couto, pelas tuas palavras de assentimento com as minhas. Vamos tentando ser felizes. Um abraço.

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